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Hora de depor as armas

Dois anos atrás tive o privilégio de ser escalado pela Band para cobrir as eleições presidenciais norte-americanas. Foi uma experiência incrível. O momento mais surpreendente foi aquele em que o republicano John McCain, adversário de Obama, reconheceu a vitória do candidato democrata e declarou que, a partir dali, Obama seria seu presidente.

O acirramento dos ânimos durante a campanha do segundo turno no Brasil torna difícil esperar das forças envolvidas uma atitude magnânima como aquela. Mas a hora é de depor as armas e torcer para que Dilma Rousseff faça um bom governo. Se ela errar, perdemos todos.

Desarmar os espíritos não significa capitular diante do vitorioso. Os republicanos dos Estados Unidos jamais arrefeceram as críticas e nunca deram mole para Obama. Agora mesmo estão impondo ao presidente do EUA uma derrota preocupante no parlamento. Antes, fizeram o que era possível para dificultar a criação de um seguro de saúde público, uma das pedras basilares da campanha democrata.

Vai ser positivo para o País se a oposição, exercendo seu papel de consciência crítica do Poder, conseguir distinguir o que é essencial para o Brasil, colaborando para mudar a nossa ainda drástica realidade, daquilo que é acessório, do que faz bem apenas para a saúde eleitoral dos governantes.

Talvez assim a minoria parlamentar consiga também consolidar melhor uma plataforma eleitoral para o pleito de 2014. Como se viu, apesar de surrados e gastos, temas como a privatização pegaram os tucanos de calças curtas, embora eles tenham tido quatro longos anos para trabalhar um estratégia com vista a anular os efeitos do proselitismo e os derivados do uso da máquina.

Até para que, no próximo pleito, o PSDB não tenha que exibir a imagem de Dilma junto de Aécio Neves na propaganda eleitoral para provar que ambos, embora inimigos, são amigos.

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