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CPMI não pode se transformar em disputa entre partidos, alertam parlamentares

Com informações da Agência Senado

Parlamentares de partidos governistas e da oposição defenderam nesta quinta-feira (19) uma investigação ampla das relações entre o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e agentes públicos e privados. Ressaltaram também que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o caso não pode ser transformada em cenário de disputas partidárias.

Assim como outros parlamentares, o senador Pedro Taques (PDT-MT) classificou a criação da CPMI como “momento histórico” do parlamento. Ele disse que o instrumento deve servir para “expurgar a podridão” nas relações do crime organizado com o poder público.

– Esta CPI é uma CPI histórica porque está a levantar a participação de senadores, deputados, membros do poder Judiciário, membros do poder Executivo.  Este escândalo é um escândalo pluripartidário. A CPMI não pode servir para DEM e PSDB tentar derrubar parlamentar do PT e PT tentar derrubar parlamentar do DEM ou do PSDB – disse.

Na mesma linha, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) defendeu uma investigação ampla e afirmou que não haverá solidariedade com parlamentares envolvidos com denúncias. Ele quer que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), Carlinhos Cachoeira e o dono da Delta, Fernando Cavendish, sejam chamados para prestar explicações na CPMI.

– A CPMI tem que ouvir Cachoeira, Demóstenes, Cavendish e todos os governadores citados. A solidariedade que a República exige de nós é com a sociedade que nos colocou aqui – afirmou Randolfe.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou que a expectativa popular em torno do resultado dessa CPMI não pode ser frustrada.

– Espero que, ao final dos trabalhos, nós, deputados e senadores, possamos oferecer ao país um resultado de responsabilidade e de uma apuração rigorosa, competente e profunda. Doa a quem doer – disse a senadora.

Composição

O líder do DEM na Câmara, deputado ACM Neto (BA), demonstrou preocupação com a composição da CPMI. Segundo o parlamentar, o desequilíbrio de forças entre a base governista e a oposição pode comprometer o resultado da investigação.

– Há uma desproporcionalidade total na composição da CPI. Lamentavelmente, os últimos exemplos demonstram que deve haver a preocupação de não permitir que essa CPI acabe em pizza – disse.

Já o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), afirmou que o governo apoia uma investigação profunda sobre o envolvimento do crime organizado com o poder público. Segundo ele, não será uma investigação de governo contra oposição, mas sobre a relação de agentes públicos e privados com negócios ilegais.

– A oposição diz que essa CPI pode virar pizza e reclama que é minoria, mas esquece de dizer que se é minoria é porque o povo é quem escolheu nas eleições – observou.

Regimentalmente, as legendas ou blocos partidários terão direito à quantidade de vagas proporcional ao tamanho de suas bancadas. Por esse critério, a presidência da Comissão ficará com o PMDB do Senado e a relatoria com o PT da Câmara.

O requerimento para criação da CPMI foi lido durante sessão conjunta do Congresso Nacional na manhã desta quinta-feira (19). Com esse ato, o colegiado fica automaticamente criado. O próximo passo agora é a instalação. Para isso, foi marcada sessão, na próxima terça-feira (24), às 19h30, em que serão lidos os nomes indicados pelos líderes partidários para integrar a comissão.

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