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Déjà-vu: Como será o Brasil da CPI do Cachoeira daqui a cinco anos

O Senador Demóstenes Torres, cassado pelo Senado em 2012 por suas evidentes ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, disse, em seu blog, que  o STF não deve ter pressa para julgar os crimes a ele imputados. Atuando como consultor de empresas, Demótenes mantém um escritório na suíte de um hotel em Brasília onde recebe todos os dias ministros de Estado, presidentes de estatais e líderes de partidos da base aliada.

Demóstenes mantém um blog na internet cujos artigos são reproduzidos por vários sites de notícias e análises políticas. Na semana passada, foi recepcionado por um blogueiro para um jantar num apartamento em Higienópolis, bairro que no passado ficou conhecido por ter “gente diferenciada”, que recusa estações do metrô para evitar o afluxo de pobres. Discutiu-se de que maneira a chamada “blogosfera progressista”, que atua na defesa aguerrida do “aecismo”, movimento popular de cunho personalista criado em torno da figura do Presidente Aécio Neves, deve se engajar na luta para melar o Cachoeirão.

O blogueiro que recebeu Demóstenes no último domingo é patrocinado por empresas estatais como a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e PETROBRAS. Depois de cinco anos da vigência da Lei de Acesso à Informação, o Blog do Pannunzio ainda não conseguiu saber qual o valor dos contratos do Conversa Afiada. A lei foi assinada em novembro de 2011 pela então presidente Dilma Rousseff.

No Congresso, o PT, principal legenda da oposição, tenta articular um CPI para investigar a relação de Demóstenes Torres  com a empreiteira Delta, que o contratou para uma consultoria por R$ 20 mil. Depois disso, os negócios de Fernando Cavendish com o governo tucano se multiplicaram por 20. Hoje, ele é o principal empreiteiro do CAP, o Conjunto de Ações Propostas, sucessor do PAC dos tempos do lulopetismo. Como seu antecessor, o CAP é um aglomerado de propostas eleitoreiras, que engatinham e se arrastam, sem outro efeito que não o de cabalar votos.

O Presidente Aécio afirmou que não vai se meter com o problema. “CPI é assunto do Congresso e eu respeito o Parlamento brasileiro”, disse ele ao regressar da Cúpula das Américas, que aconteceu em Havana, capital de Cuba. Aécio também não quis se manifestar sobre as pressões populares para que o Supremo ponha em pauta o Mensalão. A maior parte das penas já está prescrita. Apesar disso, os ministro Levandowski e Marco Aurélio de Mello dizem que só vão entregar seus votos quando tiverem concluído o trabalho de análise da documentação, que soma mais de 50 mil páginas.

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