Do Blog do Josias.
Como previsto, o líder do PSOL, José Nery (PA), recorreu à Mesa do Senado contra o arquivamento de ações nas quais José Sarney é acusado de malfeitos.
O recurso foi indeferido com a rapidez de um raio. À noite, já descera à gaveta. Nery informou ao colega Demóstenes Torres (DEM-GO) que irá ao STF.
Pretende pleitear no Supremo o que a direção do Senado lhe negou: que o engavetamento das ações seja submetido ao plenário da Casa.
São escassas as chances de êxito, eis o que descobriu um expoente da oposição que fez contato reservado com um ministro do STF.
O ministro informou que o tribunal tende a considerar que o tema diz respeito à economia doméstica do Senado.
Nessa hipótese, o mérito da petição não seria nem sequer analisado. Desceria automaticamente, também ali, ao arquivo.
Confirmando-se a previsão, Sarney estaria definitivamente livre das acusações que o assediam desde que foi eleito para sua terceira presidência, em fevereiro.
Das 11 ações que o Conselho de (a)Ética engavetou, o PSOL tenta reabrir cinco.
A exemplo do que ocorrera no Conselho de (a)Ética, os processos foram engavetados na Mesa com a ajuda de uma diligente mão companheira.
Coube à petista Serys Shlessarenko (MT), segunda vice-presidente do Senado, rubricar o despacho que indeferiu o recurso do PSOL.
Executando um script que fora elaborado na véspera, Serys escorou-se num parecer redigido por um consultor do Senado, o advogado Gilberto Guersone Filho.
O texto, endossado pela secretária-geral Claudia Lyra, anota que a resolução que regula o funcionamento do conselho, não prevê recursos ao plenário do Senado.
O de José Nery, único senador do PSOL, traz a assinatura de outros onze senadores. São eles: Cristovam Buarque (PDT-DF)…
…Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Kátia Abreu (DEM-TO), Renato Casagrande (PSB-ES), Jefferson Praia (PDT-AM)…
…Demóstenes Torres (DEM-GO), Marina Silva (sem partido-AC), Flavio Arns (PT-PR), Pedro Simon (PMDB-RS) e Álvaro Dias (PSDB-PR).
Nem sinal dos mandachuvas do PSDB e do DEM. Em privado, o líder ‘demo’ Agripino Maia diz que o recurso, por inviável, é uma mera “presepada”.
A tropa de elite de Renan trazia sob o colete a prova de balas um recurso exigindo que também a ação contra Arthur Virgílio (PSDB-AM) fosse levada ao plenário.
A decisão expedita da petista Serys tornou o contra-ataque do PMDB desnecessário.