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Oposição ameaça deixar Conselho de Ética

Da Folha Online.

Gabriela Guerreiro

A oposição ameaça deixar o Conselho de Ética do Senado em protesto à decisão do colegiado de arquivar os 11 processos contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), disse nesta segunda-feira que o partido está disposto a retirar os senadores do órgão porque considera que o conselho não representa o pensamento de todo o Senado.

“Vou defender que o partido saia do Conselho de Ética, é uma decisão de protesto. O Senado não deu respostas à sociedade. Esse conselho, na forma como está, é o símbolo que não deve haver”, disse Guerra.

O tucano defende, além da saída do conselho, que o grupo de parlamentares contrário à presença de Sarney no cargo lance uma espécie de “pacote ético” para moralizar a imagem da Casa. Guerra disse que o Senado não pode ter sua imagem arranhada depois do arquivamento coletivo de todas as acusações contra Sarney.

O tucano vai defender que toda a oposição desembarque do Conselho de Ética durante encontro com os líderes do PSDB e do DEM no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino Maia (RN), que deve ocorrer nesta terça-feira. A oposição pretende tomar uma posição única para demonstrar força dentro da Casa. A saída do colegiado tem como objetivo mostrar para Sarney que o grupo pretende apresentar respostas para a crise ética que atinge a instituição.

“Temos que nos sentar e montar um programa para o Senado. Temos que apresentar uma estratégia para enfrentar essa questão. Quem tem responsabilidade pública deve adotar um caminho para sair do buraco”, disse.

Extinção

Um grupo de senadores defende a extinção do Conselho de Ética, como o próprio presidente do colegiado, Paulo Duque (PMDB-RJ). Fiel aliado de Sarney, Duque argumenta que cabe ao Judiciário investigar irregularidades cometidas pelos parlamentares. A proposta que extingue o conselho deve entrar na pauta da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado esta semana.

Líderes partidários também discutem alterar as regras do Conselho de Ética de forma que o órgão não possa mais sugerir cassação de mandato de senadores. Eles defendem que essa punição seja aplicada apenas pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O conselho poderia propor penas mais leves, como advertência ou suspensão temporária do mandato.

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