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Assassinatos em série em Osasco seguem a lógica das execuções seletivas

Há pouco mais de um mês a Grande São Paulo vem sendo assolada por uma onda de violência. As ações do crime organizado, assassinatos seletivos de PMs, são uma retaliação ao uso da violência desmedida pela ROTA, que assassinou barbaramente um preso depois de algemá-lo e torturá-lo.

A partir daí, e seguindo o que o PCC havia antecipado, passaram a ser assassinados policiais em horário de folga, em locais onde faziam bicos ou no ambiente de sua vida privada.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado jamais reconheceu que as ações eram engendradas pelo crime organizado. Mentiu deliberadamente para a população enquanto botava a tropa em alerta máximo. Jamais enxergou qualquer indício de articulação entre as mortes dessa vindita insana.

Agora, o que se vê também está aparentemente desprovido de sentido. Em uma única noite, dissimulando o barulho dos tiros com o foguetório da final da Copa do Brasil, bandidos executam seletivamente 8 pessoas supostamente com passado criminal em pontos conhecidos de venda de drogas.

O secretário Antônio Ferreira Pinto, o principal incentivador dos abusos policiais, veio a público para declarar, sem qualquer tipo de informação objetiva, que os assassinatos provavelmente são produto de uma guerra entre quadrilhas pelo controle das “biqueiras” instaladas na periferia de Osasco. Mas basta a qualquer observador minimamente inteligente fazer um exercício singelo de raciocínio para encontrar a possibilidade de um outro contexto.

Há alguns indícios a serem considerados. Primeiro: se todos os locais em que houve assassinatos eram pontos de distribuição de drogas, quem tinha essa informação ?

Segundo: se todos os executados tinham relação com o tráfico, quem tinha essa informação ?

Terceiro: por que essas pessoas foram “escolhidas” para a maratona dos homicidas ?

Quarto: se o propósito das ações era reaver o controle do tráfico, por que a dissimulação dos estampidos ?

Pode ser que os execuções sejam produto de uma guerra entre quadrilheiros. Mas pode ser também que não. Nesse caso, por que a polícia só considera uma hipótese ?

Talvez seja apenas mais do mesmo — a tática dos bandidos full-time apropriada por outros bandidos part-time.

Seja o que for, não é bom descartar nenhuma possibilidade.

 

ATUALIZAÇÃO – Cometi um erro primário, que foi trocar os nomes das cidades. Os crimes aconteceram em Osasco, e não em Guarulhos, como eu havia afirmado antes por pura falta de atenção. Obrigado ao Sandro Barboza pela correção.

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