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Dilma e a TPM

A presidente Dilma Rousseff respondeu com uma nota de seis parágrafos a uma declaração do ex-presidente Fernando Henrique de que Lula legou uma herança ruim a ela. Não precisava gastar tanta tinta e papel com algo notório. Assim como FHC legou a Lula uma economia em crise, Lula deixou para Dilma tudo aquilo que seu antecessor lhe atribuiu.

Ou alguém verá nas sete demissões de ministros acusados de roubar dinheiro público — indicações, em sua maioria, que tiveram ao menos o beneplácito de Lula ou sua interferência direta — algo menor do que uma herança maldita ?

Por que, então, a presidente se daria ao trabalho de redigir um documento tão amargo e enfático para “desmentir” verdades óbvias ditas pelo ex-presidente tucano ?

Talvez três letrinhas sejam suficientes para explicar o gesto de amparo à biografia de Lula, que está sendo maltratada agora pelo STF: TPM.

Ops! Não se apresse em decifar o acrônimo, caro leitor. TPM, neste caso, significa Tensão Pós-Mensalão. Nenhuma alusão, portanto, a estados induzidos por variações estrogênicas.

A rigor, Dilma tem tanta razão quanto FHC. Ambos fizeram referências factuais corretas. Com apenas uma ou outra imprecisão. A mais gritante diz respeito à acusação da tentativa de “reescrever a história”. Aqui, não há como não anotar o equívoco. Quem passou oito anos tentando reescrever a história do Brasil foi Lula, que a cada discurso lançava mão do “nunca antes na história deste país…”, e não Fernando Henrique.

De resto, tudo perfeito, de ambos os lados. E a lição pode ser sintetizada numa paráfrase:

Em casa que tem Mensalão

E emenda da reeleição

Todos choram,

E todos têm razão.

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