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Crime na 113 Sul: Criminosos voltaram ao apartamento

Ary Filgueira e Edson Luiz

A polícia tem fortes indícios de que os criminosos tenham voltado ao apartamento da 113 Sul depois de matarem o advogado José Guilherme Villela, 73 anos, sua mulher, Maria Carvalho Mendes Villela, 69, e a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva, 58. O crime ocorreu há 10 dias. Os indícios colhidos por investigadores que trabalham na apuração reforçam a suspeita de que o assassino (ou assassinos) teria entrado no prédio antes da chegada da polícia, que descobriu os corpos apenas em 31 de agosto, três dias depois do triplo homicídio — as mortes teriam ocorrido por volta das 19h do dia 28. Ontem, a polícia começou a descartar também que a faca usada pelos criminosos seja a mesma apreendida durante a primeira perícia realizada na residência dos Villela.

As suspeitas dos investigadores de que o apartamento tenha sido visitado pelo criminoso (ou criminosos) antes da chegada dos policiais foram crescendo a partir do depoimento de algumas testemunhas que prestaram informações nos últimos dias. Uma delas, que era amiga e frequentadora do apartamento do casal, teria notado que objetos estavam fora de seus lugares habituais. A delegada da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), Martha Vargas, não falou com a imprensa e não pode confirmar a informação, mas policiais que tiveram acesso às investigações admitiram que o novo indício reforça também a tese de que as mortes tenham ocorrido por encomenda. Os criminosos teriam voltado ao local para alterar a cena do crime.

Ontem, a polícia ouviu apenas testemunhas e nenhuma pessoa considerada suspeita. Os investigadores querem juntar o maior número de provas possíveis contra o criminoso. Ontem, peritos foram novamente ao apartamento do Bloco C da 113 Sul para colher novos elementos que possam ajudar na apuração. A perícia, a oitava desde que o triplo assassinato foi descoberto, foi rápida. Os trabalhos começaram por volta das 15h, pouco após a chegada da delegada à 1ª DP. A hipótese é que Martha Vargas tenha encontrado subsídios nos depoimentos já tomados e necessitou de novas informações complementares.

Os fatos só começarão a ser esclarecidos a partir de amanhã, quando a polícia começa a receber os primeiros resultados da perícia. Inicialmente, devem chegar às mãos da delegada da 1ª DP os resultados dos exames nas impressões digitais encontradas no apartamento. Os investigadores recolheram amostras em quase toda a parte do prédio onde o criminoso poderia ter transitado, inclusive na porta de entrada do bloco onde morava o casal Villela. Em seguida, deve receber as informações sobre materias colhidos dentro da residência, como um copo com manchas de sangue encontrado próximo aos corpos.

Faca


Entre tantas especulações sobre o triplo assassinato do casal Villela e da empregada Francisca, surgiu uma certeza: a faca encontrada no apartamento na 113 Sul não é a arma que foi utilizada para esfaquear as três vítimas. A confirmação é da própria delegada-chefe da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), Martha Vargas. Ela retornou ontem ao local do crime acompanhada de três peritos criminais para realizar nova pericía no imóvel. Sem comentar sobre os detalhes do serviço, ela apenas assentiu com a cabeça à pergunta da reportagem do Correio sobre o fato de a faca de 15cm não ser a que matou os Villela e sua funcionária.

A arma teria sido colocada no local para confundir a polícia, que agora trabalha com várias hipóteses para o crime, mas se concentra em assassinatos por encomenda. A tese de latrocínio não foi completamente abandonada porque, tecnicamente, configurou-se o crime pelo fato de que joias foram roubadas do apartamento do casal de advogados.

A polícia também já descobriu que José Guilherme e Maria chegaram separados em casa. Maria saiu de um “local seguro” e chegou ao apartamento após estacionar seu carro na garagem do edifício. Também falta esclarecer a ordem dos assassinatos. A empregada foi a primeira a morrer, mas a polícia ainda não sabe se o advogado morreu antes ou depois da mulher.

Quatro crimes

Se for a julgamento, o criminoso (ou criminosos) que matou as três pessoas na 113 Sul pode ter suas penas agravadas por várias razões. Para a polícia, já há indícios suficientes de pelo menos quatro crimes diferentes. As vítimas eram pessoas idosas — a mais nova era Francisca, que tinha 58 anos — e provavelmente foram assassinadas sem direito à defesa.

Além disso, o crime foi cometido com requintes de crueldade — ao todo foram 72 facadas nos três corpos — e por motivo torpe. Mesmo que seja confirmada a tese de morte encomendada, não havia razão para o triplo homicídio e, mesmo assim, os matadores serão também indiciados pela polícia por latrocínio, já que foram roubadas várias joias do closet de Maria. Caso essa hipótese se confirme, pode se configurar ainda a premeditação.

Clique aqui para ler a íntegra da cobertura no site Correioweb
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