Até agora a Air France não divulgou a lista com os nomes dos passageiros mortos no acidente do voo 447. Isso gera inquietação e angústia entre as famílias de pessoas que viajaram ontem. A não divulgação é uma desumanidade. Divulgá-la rapidamente deveria ser o procedimento padrão em casos como esse.
Ontem um jornal de Brasília errou ao trocar a foto de uma das vítimas. Foi ruim para a família da passageira, mas também foi constrangedor para a pessoa cujo rosto foi estampado no site. Se houvesse transparência das fontes oficiais de informação, certamente a ocorrência de erros como esse seria menor.
A ANAC é co-responsável pela demora. O site da agência informa apenas que “A lista com os nomes dos passageiros a bordo do voo AF 447 será divulgada pela Air France após contato com todos os parentes diretos, conforme prevê a regulamentação brasileira. Por essas razões, não há previsão de horário para a divulgação da lista de passageiros para a imprensa. Os nomes de alguns passageiros poderão não ser divulgados, a pedido das famílias”.
A Agência também é imprecisa com relação ao número de brasileiros mortos no acidente. Diz que há “pelo menos 57 brasileiros”, o que, a esta altura do campeonato, não significa absolutamente quase nada.
Essa informação deveria ser tornada pública no momento do desaparecimento da aeronave. Se a Air France não conseguiu ainda contatar todas as famílias, talvez fosse mais fácil cumprir essa tarefa dolorosa com a divulgação dos nomes.
A lista, senhores, por favor. Não pode haver sigilo, nem há razão para isso, numa tragédia dessas proporções.