Dois partidos que integram a base aliada decidiram romper com o governo, entregar cargos e votar a favor do impeachment da Presidente Dilma Rousseff. O PP, que tem 47 deputados, reuniu sua bancada e vai encaminhar o voto pelo impedimento. O PRB, que tem 22 deputados e um senador, fechou questão — contra Dilma Rousseff.
Hoje será a vez do PMDB trilhar o mesmo caminho. De acordo com articuladores da Frente do Impeachment, apenas 5 dos 69 deputados peemedebistas ainda declaram que pretendem votar contra o impeachment. Todos os demais estão comprometidos com o vice-presidente Michel Temer.
Se decidir mesmo fechar questão, todos estarão obrigados a votar de acordo com a orientação da liderança — a favor do impedimento. Inclusive o líder Leonardo Picciani, um dos maiores defensores do Planalto no Congresso Nacional.
A corrosão da base de apoio do governo na Câmara é nítida. Somente entre esses três partidos Dilma Rousseff perde cerca de 120 votos — 64 no PMDB, 22 no PRB e ao menos 33 no PP. O problema é que todos esses parlamentares vão engrossar o cacife da oposição, que já conta certo com ao menos 370 votos favoráveis à deposição do governo petista.
Os coordenadores da Frente do Impeachment monitoram cada um dos parlamentares. De acordo com Paulinho da Força, do Solidariedade, o placar final do impeachment deve chegar aos 380 votos. A contabilidade anima a oposição e desanima os governistas.
Se estiver correta — e tudo indica que está — o governo Dilma já entrou em sua fase terminal. Está em coma profundo, respira por meio de aparelhos e não há registro de atividade cerebral.
Falta agora apenas decretar o óbito no próximo domingo.