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A flor e o pântano da política

Ingrid Betancourt, a flor no pântano congressual colombiano
Ingrid Betancourt, a flor no pântano congressual colombiano

Na Colômbia dos cartéis de Cali e Medellín era um pouco pior.

Os traficantes mandavam na economia, na política e também nos costumes. Eram os donos do País.

Tal como no Brasil de hoje, o Congresso era muito sensível ao desiderato das organizações criminosas. Com a diferença de que lá os corruptores não eram grandes empreiteiros, eram grandes traficantes de cocaína.

A certa altura, em 1997, com os irmãos Orejuela presos e Pablo Escobar já morto, 119 dos 184 deputados colombianos aprovaram uma lei que tinha por objetivo impedir a extradição dos capos cocaleiros presos em La Picota. Dentro do presídio houve um verdadeiro carnaval para comemorar a decisão dos obsequiosos deputados.

Aqui no Brasil, deu-se algo parecido na noite desta segunda-feira. O Congresso se reuniu para, sorrateiramente, criar mecanismos que objetivam livrar a cara de políticos corruptos que receberam propina disfarçada de doações eleitorais. Pelo que se espera da sempre anunciada, mas jamais vista delação premiada da Odebrecht, seriam cerca de 200 os parlamentares comprometidos com a propinocracia petroleira.

Se o dado estiver correto, por pior que possa parecer, restarão na Câmara Federal 313 deputados livres para iniciar a deputação da política. Mas onde eles estão ?

O número é alentador. Na homóloga Colômbia, uma única voz se levantou para animar a faxina. Foi a da jovem deputada Ingrid Betacourt, que se elegeu em 1998 e logo fez uma longa greve de fome para denunciar a atuação criminosa dos colegas de parlamento.

Fica a pergunta: Nascerá uma Ingrid no pântano congressual dos nossos dias ?

 

 

 

 

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