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Joãozinho dono da bola

A bancada governista está se comportando como o Joãozinho Dono da Bola. Cochilou feio na semana passada e perdeu a relatoria da CPI das ONGs para a oposição. Ao impor-se como rolo compressor, quebrando a tradição que manda dividir a presidência e a relatoria com a oposição, o governo abriu o flanco. E agora reivindica a devolução da relatoria da CPI das ONGs  a um parlamentar aliado do Planalto a título da mesma tradição que de nada valeu na negociação da investigação da PETROBRAS.

A decisão cabe exclusivamente ao presidente da comissão, o senador Heráclito Fortes. E o senador que ele indidicou é o mais aguerrido oposicionista do Planalto, o líder dos tucanos, Artur Virgílio. Nenhum dos dois está ali para brincaderia. E o material coletado pode inspirar um relatório muito embaraçoso para alguns colegas de plenário. E especialmente para entidades que vêm sendo nutridas com dinheiro público para dar sustentação financeira a movimentos como o MST.

Foi para forçar a devolução da relatoria entregue à oposição na CPI das ONGs que os governistas não compareceram à sessão de instalação da CPI da BR. Uma manobra comandada pelo experiente Renan Calheiros e pelo neófito Gim Agello, de quem o Planalto depende cada dia mais. Mas não apenas dele. Com a verve de Artur Virgílio e mais seis meses para investigar as promíscuas relações do governo com entidades não-governamentais, o potencial de escândalos é enorme. Ideli Salvati também deve estar muito incomodada. É um dos alvos fáceis da pena do líder tucano.

Como se vê, há uma conjunção de interesses por trás do comportamento de hoje, quando a base aliada, a dorminhoca base aliada, disse assim para a oposição: “a bola é minha e quem faz as regras sou eu. Se eu não puder ganhar o jogo, ninguém vai jogar”.

 

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