A candidatura olímpica do Rio de Janeiro para 2016, escolhida como vencedora nesta sexta-feira na eleição do COI (Comitê Olímpico Internacional), apresentou o projeto mais caro entre as quatro aspirantes –Chicago, Madri e Tóquio também concorriam.
O alto custo chega a US$ 13,92 bilhões, dos quais 72% correspondem ao orçamento destinado às diversas obras de infraestrutura necessárias, incluindo as reformas do aeroporto e do metrô.
A candidatura carioca apresentou garantias plenas para pagar o alto preço dos Jogos, que foram assumidas em partes iguais pelos governos federal, estadual e municipal.
O orçamento operacional soma US$ 2,82 bilhões e será financiado em parte pelo COI (31%), patrocinadores (20%) e a venda de entradas (14,4%), porcentagem que equivale a apenas US$ 406 milhões, a menor renda de ingressos entre as quatro candidatas.
Os organizadores esperam vender 7,1 milhões de entradas, um número também baixo, apesar de o preço previsto ser de aproximadamente US$ 35 por espetáculo.
No capítulo de infraestruturas, a candidatura do Rio pretende gastar US$ 11,1 bilhões, que correspondem a obras de transporte (50%), saneamento (12%), energia (8%), segurança (7%), instalações esportivas (4%), Vila Olímpica (4%), outras vilas (8%) e centro de imprensa (2%), entre outras.
No que diz respeito às praças esportivas, os Jogos do Rio contarão com 33 instalações, sendo que dez delas já estão concluídas e não necessitarão de reformas fundamentais, oito serão reformadas, nove serão construídas de zero e ainda serão instaladas outras seis estruturas temporárias.
A Vila Olímpica contará com 32 prédios de 12 andares e capacidade para 17.700 camas e alojará a metade dos atletas a menos de 10 minutos a pé de seus centros de competição.
No entanto, tanto a Vila como a maioria das instalações estão localizadas a 35 quilômetros da principal área hoteleira, nos bairros de Ipanema e Copacabana, onde a grande maioria do público ficará hospedada.
As enormes distâncias representam um desafio para o sistema de transporte que, se não funcionar com perfeição, pode criar problemas críticos, segundo o relatório do COI.
Por isso, foi desenhado um caro programa de melhorias, que significará um importante legado para a cidade e que, em grande medida, será executado mesmo que o Rio não fosse escolhido para sediar os Jogos.
O sistema de transporte terá 70 quilômetros de pistas duplas exclusivas para ônibus, ainda por construir, que custarão US$ 1,23 bilhão e que apoiarão os 300 quilômetros de pistas que serão reservados para a livre circulação dos veículos da “família olímpica”.
Além disso, serão concluídas as obras do anel viário (US$ 600 milhões), será ampliado o sistema de metrô e de trem (US$ 1,31bilhão), será renovado o parque de composições destas linhas (US$1,35 bilhão) e será ampliado o aeroporto internacional (US$ 400 milhões).
A oferta de alojamento garante 13.000 quartos de hotel, 25.000 em vilas de nova construção, 8.500 em seis navios de cruzeiro ancorados no porto e 1.700 apartamentos.
O COI pôs em dúvida as garantias apresentadas para os navios e apartamentos e alertou ainda sobre os riscos financeiros na construção das vilas.
A maior delas, perto da Vila Olímpica e o núcleo central dos Jogos, abrigará 15.000 profissionais em apartamentos duplos de três estrelas.