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Terceiro suspeito confirma furto da prova do Enem, diz advogado

Do G1

O terceiro suspeito de envolvimento no vazamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009 teria assumido que roubou a prova, segundo informou por volta das 15h desta segunda-feira (5), o advogado Luiz Vicente Bezinelli, que defende o publicitário e dono de uma pizzaria Luciano Rodrigues, indiciado sob suspeita de envolvimento no vazamento da prova.

A notícia de quebra do sigilo do exame, revelada pelo “O Estado de S.Paulo”, fez com que o Ministério da Educação cancelasse, na quinta-feira (1º), a prova que seria aplicada no sábado (3) e no domingo (4) para mais de 4 milhões de estudantes.

O advogado esteve na sede da Polícia Federal na tarde desta segunda para ver o inquérito e decidir como vai proceder na defesa de seu cliente. Bezinelli afirmou não ter visto o terceiro suspeito, mas disse ter sido informado de que ele confessou o crime por uma delegada da Polícia Federal, que o teria autorizado a dar a informação para a imprensa.

Ainda de acordo com o defensor, esse suspeito foi indiciado, mas não deve ficar preso. Ele indicou outras pessoas que colaboraram com o vazamento da prova, segundo Bezinelli, e há outras pessoas sendo ouvidas na tarde desta segunda na PF sobre o caso, ainda conforme informações do defensor.

Bezinelli não soube informar se esse terceiro suspeito já tem advogado constituído.

Bezinelli diz que, pelo que soube das investigações, o crime foi feito por amadores. “[As investigações não indicam] nada que possa levar a um golpe, algum mentor importante, ou algum partido político. Não existe esquema maior atrás”, disse ele, que classificou a tentativa de venda da prova para um órgão de imprensa como “surreal”.

Segundo ele, o suspeito pensou em vender a prova para pais de estudantes, mas alguém teria dito a ele que jornalistas pagariam mais. “Para mim foi uma burrice [pensar que os jornalistas pagariam pelo exame]”. O defensor acredita que o momento do furto do exame não foi filmado, porque como o suspeito trabalhava no local conhecia os pontos cegos que não eram filmados pelas câmeras.

O advogado disse que deve entrar com habeas corpus na quarta-feira (7) – quando o inquérito pode estar concluído – para retirar as acusações contra seu cliente. Segundo ele, o dono da pizzaria não cometeu crime e o erro dele foi procurar a imprensa em vez de informar a polícia. “Ele pensou no furo jornalístico. Ele é publicitário, já trabalhou no ‘O Estado de S.Paulo’”.

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