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PT e PMDB formam comissão para resolver impasse da aliança entre as duas legendas

Gabriela Guerreiro, da Folha Online.

Na tentativa de solucionar impasses nos Estados para a aliança entre PT e PMDB para as eleições de 2010, integrantes dos dois partidos se reuniram nesta quarta-feira no início de uma série de conversas que têm como objetivo firmar o apoio dos peemedebistas à candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto. A “comissão” integrada por cerca de dez petistas e dez peemedebistas vai discutir, em vários encontros, possíveis soluções para os impasses estaduais à aliança nacional entre as duas legendas.

“Os dois lados assumiram a responsabilidade de, até a próxima reunião, no dia 25, apresentar um conjunto de possíveis soluções para Estados onde a relação PT-PMDB não está equacionada. Nos Estados que a gente avalia essa parceria como necessária, vamos conversar”, disse à Folha Online o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP).

Os participantes da reunião afirmam que há Estados, como São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco, onde a aliança nacional dificilmente vai se repetir nas disputas aos governos estaduais. O grupo vai focar em Estados como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, onde petistas e peemedebistas esperam chegar a um acordo para candidaturas únicas.

“Há Estados em que o quadro é muito difícil. O restante, vamos avaliar em conjunto. Coletamos informações de ambos os lados. Nada é difícil quando se tem boa vontade”, afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Berzoini disse acreditar que, apesar dos impasses, não haverá recuo no pré-acordo firmado pela cúpula do PMDB para apoiar a candidatura de Dilma ao Palácio do Planalto.

“Dos dois lados não há risco de recuo, mas a convicção de que o pré-acordo é apenas o primeiro passo. Estou otimista, há um clima de muita cooperação e entendimento mútuo”, disse o presidente do PT.

O grupo do PMDB contrário à aliança do partido com o PT trabalha nos bastidores para aumentar o número de dissidências dentro da legenda. Em São Paulo, o presidente do PMDB estadual, Orestes Quércia, oficializou o apoio de parte da bancada à candidatura do governador José Serra (PSDB-SP) ao Palácio do Planalto.

Assim como Quércia, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) manifestou publicamente posição contrária à aliança do PMDB com os petistas, o que dificulta o acordo em Pernambuco. O grupo pró-Serra aposta na queda da ministra Dilma nas pesquisas de intenção de voto, o que poderia rachar a legenda em 2010 em diversos Estados.

O grupo pró-Dilma, por outro lado, diz ter apoio suficiente dentro do partido para avalizar a chapa com a petista. O presidente licenciado do PMDB, Michel Temer (SP), é cotado para disputar a vice-presidência na chapa da ministra.

Dissidências

O PT e o PMDB trabalham para solucionar impasses em Estados como o Rio Grande do Sul, onde os dois partidos têm pré-candidatos ao governo estadual: Tarso Genro (PT) e José Fogaça (PMDB). No plano nacional, os peemedebistas do Estado estão mais próximos de Serra (PSDB) do que de Dilma Rousseff (PT), o que pode rachar a legenda no Rio Grande do Sul.

Em Minas Gerais, também há impasses para que a aliança nacional se repita. O ministro Hélio Costa (PMDB) pode disputar o governo estadual com o ex-prefeito Fernando Pimentel (PT) caso a “comissão” designada para pacificar as duas legendas não consiga reverter a dupla candidatura.

No Rio de Janeiro, há o esperado impasse entre o governador Sérgio Cabral (PMDB) e o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT) –que diz contar com o apoio da maioria da legenda no Estado.

Outro exemplo é o Pará, onde o atual presidente estadual do PT, João Batista, concorre à reeleição com o discurso de apoio ao PMDB do deputado federal Jader Barbalho.
Nesses Estados, mas principalmente no Rio, o PMDB exige uma composição com o PT para honrar o “pré-compromisso” firmado de apoio à candidatura presidencial da ministra Dilma.

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