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Morre em São Paulo ex-prefeito Celso Pitta

Do O Globo.

Aos 63 anos, o ex-prefeito de São Paulo Celso Piitta morreu no Hopital Sírio-Libanês na noite de sexta-feira, informou a assessoria de imprensa da unidade na manhã deste sábado. Em janeiro, ele havia sido submetido a uma cirurgia para retirada de um tumor no intestino. Segundo o advogado do ex-prefeito, Remo Battaglia, Pitta vinha trabalhando como economista, prestando assessoria a empresas.

O hospital não deu mais detalhes sobre a morte de Pitta, mas informou que haverá uma coletiva de imprensa às 10h.

Em janeiro deste ano, o ex-prefeito foi operado pelo cirurgião do aparelho digestivo, Raul Cutait, e ficou sob os cuidados do médico Riad Younes, diretor clínico do Sírio.

Prefeito entre 1997 e dezembro de 2000

Celso Roberto Pitta do Nascimento, que nasceu no Rio de Janeiro no dia 29 de setembro de 1946, foi prefeito da cidade de São Paulo de 1º de janeiro de 1997 a 26 de maio de 2000 e de 13 de junho a 31 de dezembro de 2000. Foi o segundo negro a ser prefeito da cidade de São Paulo. O primeiro foi o advogado Paulo Lauro, que ocupou o cargo entre 1947 e 1948.

Economista por formação, Pitta era secretário de Finanças do então prefeito Paulo Maluf. Como na época ainda não existia reeleição em cargos executivos no Brasil, Maluf lançou Pitta para concorrer à sua sucessão e, assim, dar prosseguimento ao seu modo de governar. Durante a campanha, Maluf usou a frase “votem no Pitta, e se ele não for um grande prefeito, nunca mais votem em mim”, para demonstrar sua confiança no afilhado político. Celso Pitta foi eleito no segundo turno pelo Partido Progressista (na época chamado Partido Progressista Brasileiro; PPB), derrotando a candidata do Partido dos Trabalhadores, Luiza Erundina. Suas propostas envolviam principalmente projetos na área de transporte, como o “fura-fila” (chamado depois de “Paulistão” e de “Expresso Tiradentes”), parcialmente finalizado dez anos depois, ao custo total de R$ 1,2 bilhão.

O mandato foi marcado por suspeitas de corrupção, Em março de 2000, a ex-esposa de Celso Pitta, Nicéia Pitta, fez uma série de denúncias e afirmou que vinha sendo ameaçada de morte. As denúncias envolviam vereadores, subsecretários e secretários. Entre as acusações, estava o escândalo dos precatórios.

Como conseqüência, Pitta foi condenação à perda do cargo pela justiça. Por 18 dias seu vice, Régis de Oliveira, assumiu a prefeitura. Pitta mais tardec recuperou o mandato através de um recurso. Foi nesta época que ocorreu a ruptura de Pitta com Maluf.

Ao terminar seu mandato, o ex-prefeito era réu em treze ações civis públicas, acusando-o de ilegalidades. O valor das denúncias somadas alcançavam R$ 3,8 bilhões, equivalente a quase metade do orçamento do município na época. A dívida paulistana passou na sua gestão de R$ 8,6 bilhões em 1997 para R$ 18,1 bilhões. Tendo se candidatado a deputado federal nas eleições de 2002 e nas de 2006, não foi eleito.

As prisões

Celso Pitta também foi preso algumas vezes. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado, em 2004, foi preso por desacato à autoridade, ao discutir com o senador Antero Paes de Barros. Em 2006, o Ministério Público do Estado de São Paulo pediu, por meio de ação cível por má administração pública, a devolução de 11,8 milhões de reais aos cofres da prefeitura paulistana.

Em 2008, a Justiça Federal considerou Pitta culpado pelo “escândalo dos precatórios”, imputando-lhe uma pena de 4 anos de prisão. Ele foi preso pela Polícia Federal em 8 de julho, durante a operação Satiagraha contra corrupção, desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro. Na mesma operação também foram detidos o banqueiro Daniel Dantas e o investidor Naji Nahas. Dois dias depois, teve a prisão temporária descartada, após liminar do presidente do STF, Gilmar Mendes.

Em novembro de 2008, Celso Pitta teve novamenta a prisão decretada por não ter pago a pensão para sua ex-mulher Niceia Camargo. Ficou foragido por duas semanas mas conseguiu um habeas corpus na justiça para responder o processo em liberdade e convocou uma entrevista coletiva no dia 3 de dezembro de 2008 para explicar sua versão dos fatos. Em abril deste ano, O juiz Francisco Antônio Bianco Neto, da 5ª Vara da Família da capital Condenou Pitta a prisão domicilar pelo não pagamento da pensão.

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