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Saiba quem é o testa-de-ferro do maior ficha-suja do país

Avilmar de Araújo Costa. Este é o nome de um dos prepostos de José Geraldo Riva, de quem é amigo e vizinho de fazenda. Embora as relações entre ambos sejam conhecidas de praticamente toda a população de Juara, base política de Riva, somente agora aparece um vínculo comercial entre ambos. Foi Avilmar que arrendou para o Grupo Carrefour os pastos da fazenda que Riva e sua Mulher Janete grilaram de um casal de agricultores paranaenses.

Para entender a relação é preciso recapitular a história que vem sendo denunciada pelo Bblogs do Pannunzio e pelo Prosa e Política ao longo da semana.

José Geraldo Riva, que é o político com a maior ficha-suja do País, conseguiu o prodígio de comprar uma área de 7,5 mil hectares próxima à cidade de Juara por apenas R$ 50 mil. A escritura foi adquirida do Banco Fenícia no fim do ano 2000. O problema é que o título das glebas Cedro e Paineiras não valia nada porque a área estava completamente ocupada por posseiros com posses antigas, mansas e pacíficas.

Ainda assim, as escrituras vazias serviram para que o esperto deputado levantasse um empréstimo de quase R$ 500 mil junto ao Banco do Brasil de Cuiabá (leia aqui). Só aí, Riva colocou no bolso um valor quase dez vezes superior ao que havia pago pela escritura podre.

Não satisfeito com o lucro rápido obtido na operação, José Geraldo Riva contratou um perito de aluguel para produzir um milagre: fazer com que sua fazenda “pulasse” para dentro dos limites de outra, de propriedade de um casal de fazendeiros paranaense. Com um laudo falso nas mãos, o próximo passo foi entrar na Justiça com uma ação de imissão de posse e se apropriar da fazenda grilada.

A área que Riva ocupou é a da Fazenda Paloma. Um imóvel rural com pasto suficiente para pelo menos 3,5 mil cabeças de gado, sede e benfeitorias bem construídas. Vale pelo menos 25 milhões de reais.

A bela fazenda Paloma logo atraiu a atenção de um grande grupo multinacional, o Carrefour. Pertence a ele a Fazenda São Marcelo, cuja sede está situada em Tangará da Serra. O que o grupo procurava era pasto para 3,5 mil cabeças de gado. Um acordo de aluguel de pasto, tecnicamente denominado “Instrumento Particular de Parceria Pecuária”, foi firmado em 24 de junho de 2003.

No primeiro ítem do contrato (clique aqui para obter cópia do documento em PDF) ficou ajustado que ” o PARCEIRO CONTRATADO cede para parceria uma área de 2550 ha., matrícula 4674, e área de 4709,96 ha., matrícula 4.675, perfazendo assim uma área total de 7.260 hectares, com a denominação de Fazenda Paineira, situada na estada juara e Juína, entre o km 20 a 30, no município de Juara, MT”.

As matrículas referidas no contrato pertencem a Janete Gomes Riva. Foram produto da fusão e posterior desdobramento de duas outras matrículas — justamente as que foram griladas pelo Primeiro-Casal do Legislativo Matogrossense (veja aqui).

Até aqui, no entanto, o negócio tem feições regulares. Riva estava de posse da fazenda por determinação judicial. Obtida a partir de um memorial fraudulento, mas ainda assim determinada pelo Poder Judiciário. O problema é que quem assina o contrato é o preposto dele, Alvimar de Araújo Costa.

Em Juara, Avilmar é bastante conhecido como testa-de-ferro de José Geraldo Riva. Tempos atrás, quando a Polícia Federal esteve em seu encalço, o pecuarista Avilmar Araújo se mudou para Minas Gerais. Ele foi um dos investigados por ter sido supostamente beneficiado pelo esquema de empresas fantasmas que José Geraldo Riva criou para desviar dinheiro da Assembléia Legislativa.

Na cidade, todos o conhecem como um homem muito rico, que vez por outra aparece propondo um negócio chamado “vaca de papel”. Consiste na entrega de um determinado valor a fazendeiros que têm pastagens disponíveis para o pagamento de uma renda anual arbitrada no equivalente a um determinado número de bezerros. De acordo com informações de um criador de gado de corte da região, os negócios são informais, regidos por contratos de gaveta, para que não haja a cobrança de impostos.

Seu enriquecimento, segundo pessoas que conviveram com ele no Nortão de Mato Grosso, foi vertiginoso. O cadastro do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA) confirma: Avilmar tem pelo menos nove propriedades rurais somente em Mato Grosso, todas elas situadas em Juara. Em apenas uma de suas fazendas, teria pelo menos 20 mil cabeças de gado.

O nome dele aparece nas investigações deflagradas a partir da Operação Arca de Noé, que revelou os negócios irregulares entre a Assembléia Legislativa de Mato Grosso e uma factoring do Comendador Arcanjo, o maior bicheiro do Centro-Oeste brasileiro. Em sua conta-corrente flo localizado um cheque emitido pela Assembléia Legislativa em favor de uma das empresas-fatasmas do esquema, a Baronia Publicidade e Marketing Ltda. Na época, o testa-de-ferro de Riva alegou que pegou um empréstimo na factoring de Arcanjo e que ela depositou, sem seu conhecimento, o cheque da ALMT em sua conta-corrente.

Localizá-lo é literalmente impossível. Ele declara endereços em Uberlândia, Patos de Minas e em Juara. Mas não foi encontrado em nenhum dos telefones que aparecem nos imóveis onde residiu nos últimos 20 anos.

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