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Polícia de SP não sabe o que fazer com 80 mil carros apreendidos

A polícia civil de São Paulo não sabe o que fazer com cerca de 80 mil veículos que se encontram depositados no Pátio Santo Amaro, na Zona Sul da capital paulista. Os veículos foram apreendidos em diversos tipos de ocorrências. Muitos estão ali porque foram autuados como provas em processos. Outros, com a numeração  do chassi raspada, aguardam há anos que seus legítimos proprietários os reclamem.

No estacionamento superotado, vão sendo empilhados uns sobre os outros enquanto enferrujam. A muitos faltam componentes essenciais, como motores, rodas e suspensões. Aos poucos foram se transformando em sucata. E ninguém sabe o que fazer com esse autêntico acervo do maior ferro-velho do País.

A legislação não permite sua destruição ou descarte. Obriga a fazer leilões, aos quais certamente faltariam interessados. Outro problema é que muitos desses veículos foram depositados como provas em processos, muitos deles já extintos ou arquivados.

Enquanto isso, o mato e animais peçonhentos, como cobras e aranhas, proliferam entre a sucata, ambiente fértil também para o surgimento de pragas como o mosquito aedes aegypt, transmissor da dengue.

Um grupo de trabalho foi montado para tentar encontrar solução para o problema. Até agora, no entanto, ainda não foi identificada nenhuma becha na legislação que permita o descarte dos veículos.

Uma das alternativas que estão sendo consideradas é criar uma comissão de peritos para cadastrar periciar cada um dos milhares de motos e carros, tentar identificar eventuais propretários e destruir o restante.

Fenix da Sucata

Um dos maiores problemas é que, uma vez leiloados como sucata, esses veículos são recondicionados e acabam voltando às ruas, o que é proibido pela legislação. Novamente apreendidos, voltam ao mesmo pátio, alimentando um ciclo vicioso de problemas.

Enquanto a apreensão não acontece novamente, esses carros, que circulam em péssimas condições, colocam em risco pedestres e passageiros de outros carros. Como não possuem registro formal junto ao DETRAN, muitos desses são utilizados para a prática de crimes.

“Só há uma solução”, diz uma fonte que integra o grupo criado para tentar resolver o que fazer. “Vamos destruir esses veículos. Estamos apenas buscando uma forma legal de fazer isso dentro da lei”, arremata a fonte.

O grupo encarregado de buscar a solução legal é composto por integrantes da Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário. Embora não haja prazo para a conclusão do trabalho, a Secretaria de Segurança Pública pretende esvaziar o pário ainda este ano.

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