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PT amarela pela segunda vez em um dia. Agora, parlamentares correm o risco de não ter recesso

O discurso do líder petista Aloizio Mercadante era um dos mais esperados do dia. Do plenário, senadores de oposição aguardavam um posicionamento do partido sobre a instalação da CPI da Petrobras.

Mas as falas do parlamentar se limitaram ao que foi discutido durante reunião da bancada hoje: a crise que assola a Casa há cinco meses. Nada de novidade, nada de comissão e nada de pedido formal de afastamento de José Sarney. O PT, mais uma vez, conseguiu amarelar e continuou com mais do mesmo que já se vê há semanas.

A postura de Mercadante, que tentou sair da tribuna de fininho, causou indignação ao líder democrata José Agripino. Ele cobrou uma resposta com relação à CPI, prometida nesta terça-feira em plenário. Mercadante bem que tentou se justificar. “Nós não nos sentimos em condições de isoladamente tomarmos uma decisão conclusiva”. E argumentou que, de ontem para hoje, não teve tempo de discutir a questão com os colegas de outras lideranças.

Mas a resposta não colou. Segundo o tucano Alvaro Dias, as reuniões no intuito de instalar a comissão acontecem há meses e a seleção de pretextos não tem cabimento. “Creio que a palavra empenhada está sendo desvalorizada, especialmente num momento de crise como este”. E acrescentou: “Melhor seria se o PT fosse mais sincero. A verdade é que o governo tem muito receio. Há um pavor em relação à instalação da CPI da Petrobras”.

Na saia justa causada, coube a Mercadante pedir “desculpas” e afirmar que tudo tem sido feito com transparência.

Só que a oposição não quer saber. Agripino Maia anunciou assim que voltava atrás em algumas decisões e que não irá permitir a interrupção dos trabalhos para início do recesso parlamentar até que a CPI da Petrobras seja instalada. Ele disse que só vota duas Medidas Provisórias a partir de agora e que vai deixar de lado a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, prerrogativa básica e mínima para que os senadores tenham as mini-férias previstas para o dia 14 de julho.

Arthur Virgílio também rebateu. Ontem, na tribuna, ele havia renunciado à relatoria da CPI das ONGs e deixado de lado a CPI do DNIT para que a CPI da Petrobras fosse instalada. Mas diante da falta de posicionamento, voltou atrás e praticamente renunciou à renúncia. “Vamos prolongar os trabalhos e, se depender, nem teremos recesso. De um jeito ou de outro, temos que fazer funcionar esta CPI”.

O próximo passo da oposição agora é entrar com um mandado de segurança amanhã, pela manhã, junto ao Supremo Tribunal Federal, para que o impasse seja resolvido. “Acredito que o STF não vai desconhecer o direito das minorias de exercer o papel de fiscalizar a Petrobras”, reiterou Virgílio.

Enquanto isso, as discussões continuam no Senado…

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