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Dois gols contra de Cristovam Buarque

Só nesta segunda-feira o senador Cristovam Buarque percebeu que foi passado para trás duas vezes em um único dia, a última sexta-feira. Enquanto os bastidores políticos ferviam, ele desligou o telefone celular e permaneceu incomunicável até o começo da noite, quando decidiu finalmente enviar a carta em que pedia a retirada de sua assinatura do requerimento de criação da CPI da PETROBRAS.

Cirstovam não ouve ninguém. Esta é a maior queixa dos assessores. A excessiva autonomia do senador está lhe custando caro. As perdas não se limitaram às críticas ao seu estranho comportamento.

Ele tomou um tombo feio do governo enquanto se desgastava para ajudar a empastelar a CPI da BR. Enquanto redigia a carta, o Palácio do Planalto e o MEC se articulavam para derrubar uma outra investigação parlamentar — a CPI do Apagão Intelectual, proposta por Cristovam Buarque.

Dez senadores governistas retiraram silenciosamente seu apoio ao longo da tarde e noite de sexta, entre eles ex-colegas de partido como Paulo Paim e Tião Vianna. E Cristovam permanecia alheio a tudo, com seu celular desligado.

Somente hoje, segunda-feira, ele entendeu o que se passou nos últimos três dias. E aí fez mais uma caca.

Ligou para Gim Argello, o novo articulador do governo, apenas para xingá-lo. “Seu canalha!”, disse, antes de bater secamente o telefone.

Só percebeu que tinha destratado a pessoa errada muito depois. Gim Argello não teve nada a ver com essa articulação. E Cristivam precisou telefonar novamente para ele, desta vez para pedir desculpas.

O responsável pela manobra também recebeu um telefonema. Mas não conta que o Ministro Fernando Haddad tenha sido alvo de tanta ira. A conversa foi dura, mas civilizada.

Ao senador pedetista só restou a tribuna para lamentar duplamente. Primeiro, por ter ajudado o governo numa operação desastrada, em que ele ficou mais exposto do que qualquer outro parlamentar da base aliada. Segundo, por ter sido apunhalado com a anulação de todo o esforços que despendou em função de dar viabilidade à CPI do Apagão Intelectual.

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