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Sarney faz balanço do semestre e tenta minimizar crise vivida pelo Senado

Dia de balanço no Senado Federal. O presidente José Sarney, que durante semanas se restringiu a apenas acenar para a imprensa, apresentou hoje, num discurso técnico, as medidas adotadas para conter a crise que assola a Casa há cinco meses. Direto do plenário, aproveitou ainda para se defender de acusações que o envolvem diretamente.

Em pronunciamento de 19 minutos para pouco mais de 5% dos 81 políticos que compõem o quadro, Sarney pontuou que este foi “um semestre de intenso trabalho legislativo, que conseguimos realizar apesar do instituto da medida provisória e da crise política que se personalizou em minha pessoa”.

No discurso, listou uma série de medidas para modernização e funcionamento do Senado, no que chamou de “saneamento dos grandes problemas de natureza ética e legal”. Falou da economia de aproximadamente R$ 10 milhões nos contratos de mão-de-obra, da redução de 30% nos gastos com passagens aéreas e da nova regulamentação para uso de verba indenizatória. Citou ainda a extinção de 11 secretarias e a exoneração imediata desses funcionários, a nomeação de novos diretor-geral e secretário de Recursos Humanos do Senado, a inauguração de um portal de transparência, a investigação de órgãos como a Polícia Federal, o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público em denúncias que fizeram a Casa se tranformar num circo de horrores e a anulação dos 663 atos administrativos secretos.

Os trabalhos foram intensos. Em cinco meses, o presidente Sarney anunciou que o Senado conseguiu limpar a pauta e votar tudo o que estava previsto. “Mas se não tivemos clima para as grandes batalhas nas reformas institucionais, nosso trabalho legislativo não foi menos relevante. Num resumo do que aprovamos estão duas Emendas à Constituição, 15 Medidas Provisórias, 21 Projetos de Resolução, 64 aprovações de autoridades ou embaixadores, 37 Projetos de Decreto Legislativo, 19 Projetos de Lei do Congresso Nacional, além de 188 Leis Ordinárias”.

Balanços à parte, José Sarney, fez um levantamento histórico da vida política. Voltou a citar os 50 anos de vida pública, as outras duas vezes em que foi presidente do Senado, o modo de agir ao longo de décadas e décadas de mandato.

E se defendeu… “Não sou movido neste momento por nenhum sentimento menor, tendo a plena convicção que sempre agi dentro do melhor interesse do Senado Federal, que jamais pratiquei qualquer ato que não se amparasse completamente no meu sentimento profundo da ética e da lei”.

… Sem deixar de atacar. “O Jornal O Estado de S.Paulo iniciou uma campanha pessoal contra mim, obrigando os outros jornais e televisão a repercuti-la. Meu trabalho exige a sedimentação de uma profunda consciência moral de minhas responsabilidades. Infelizmente, disputas políticas se confundiram com a minha administração”.

Ao encerrar o discurso, Sarney citou uma frase do filósofo Séneca de que “a injustiça só pode ser combatida com três ações: o silêncio, a paciência e o tempo”.

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