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Psiu!, Kassab

Fatima Souza para o site www.spagora.com.brNo aniversário de minha filha, sexta feira, as 23.00 cantávamos os parabéns quando tocou a campainha. Era a Polícia Militar. Os dois soldados, educadamente, me disserem que “um vizinho havia reclamado” do som alto em meu lar, pedindo a gentileza de que os presentes “abaixassem a voz”. Pensei comigo: “será que a PM não tem mais nada para fazer? Não tem bandidos a caçar? Blitz a fazer? Será que todo o problema que eles tem hoje é o canto de parabéns da minha querida filha? Gastaram combustível que sai do nosso bolso para vir até em casa para me dar um “puxão de orelhas???”… Mas logo me corrigi: “bem, lei é lei, e após as 22:00 impera a Lei do Silêncio, mordaça com a qual não concordo em uma cidade grande como a nossa, em especial as sextas-feiras. As sextas, dia de todos tomarem cerveja, (ou ao menos a maioria, já que, pelo que parece meu vizinho não pensa assim)  a tal da Lei do Silêncio e o desgraçado que a criou, poderiam ser mais “maleáveis” e deixar a gente falar mais alto ao menos até a meia noite… Ah! Aos sábados também! Bem, obedeci a polícia e passamos a nos comunicar em sussurros, entre abraços e desejos de felicidade para a filhona que comemorava seu aniversário.

Mas, as duas horas da manhã, da mesma sexta feira, o silêncio do bairro em que moro (parque Continental, próximo ao Jaguaré) foi cortado bruscamente. Uma barulheira danada na rua. “Pega o lixo… já pegou da casa lá em cima?”, “corre, corre, corre”, “Ei Mané tá lerdo!”, “João você deixou cair parte do lixo!”. Aos gritos e berros os garis se comunicavam e pareciam não estar nem aí para a polícia… Gritavam a alto e bom tom… Além disso tinha o barulho ensurdecedor do próprio caminhão de lixo, abaixando e subindo a parte traseira para compactar e espremer o lixo nosso de cada dia… E mais, como entra de ré na rua o tal caminhão ainda apita um “Bi…bi…bi…bi…bi…” irritante, o tempo todo!
E assim tem sido no bairro em que moro, todas as segundas, quartas e sextas. Deu duas ou duas e meia da manhã, acordamos com o barulho dos garis e do caminhão. Nós, que ao contrário de muito políticos, temos que acordar cedo para trabalhar, acordamos no meio da madrugada com o barulho insano, ao menos três vezes na semana.

Então eu pergunto ao senhor prefeito Gilberto Kassab: a lei do silêncio dele não serve para os lixeiros que são contratados por eles também? Não deveriam os garis trabalharem só até as 22 já que o trabalho é e sempre vai ser barulhento mesmo? Garanto que eles iriam até gostar porque duvido que alguém goste de trabalhar as duas da manhã e ainda por cima receber xingamentos das pessoas indignadas com tanto barulho, muitas horas depois de passada a tal Lei do Silêncio, que, pelo que parece, é uma via de mão única.

Então eu quero saber das autoridades como faço para, como cidadã, multar o Kassab e seus garis da madrugada, porque ele não respeita a própria lei da prefeitura que diz que dirige. E já vou avisando aos policiais militares que terão que me aguentar todas as segundas, quartas e sextas, porque, a partir de agora, vou ligar as duas da manhã para eles, para que voltem à minha casa e à rua onde moro, para agora, dar uma “chamada” nos garis e no motorista de caminhão da prefeitura. Me desculpem soldados da PM, mas só estarei exercendo o meu direito. Me calei quando vocês mandaram, agora quero que tomem a mesma atitude em relação aos barulhentos lixeiros do Kassab, que me tiram o sono três vezes por semana.

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