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Dilma e a ‘herança maldita’ de Lula

Milhares de famílias vão ter que adiar a materialização do sonho de ter uma casa própria este ano. As obras da Copa do Mundo e das Olimpíiadas do Rio de Janeiro vão atrasar ainda mais.

Não se sabe em que medida os cortes no orçamento vão afetar a máquina administrativa. E é provável que todos tenhamos que pagar de novo a famigerada e odiada CPMF .

Os aluguéis estão sendo reajustados em quase 12%. Uma pancada no bolso de todo trabalhador, que não tem mais o benefício dos indexadores automáticos de outrora. E o preço da comida, a de casa e a dos restaurantes, está pela hora da morte. E as tarifas de ônibus continuam sendo majoradas em todos os cantos porque os prefeitos e governadores precisam quitar dívidas de campanha.

Concurseiros que há anos vêm se preparando para disputar uma vaga na administração vão ter que esperar. Os que já foram aprovados, igualmente vão ter que redobrar a paciência para aguardar a convocação.

O Banco Central vai dar uma pancada nos juros que a presidente prometeu reduzir. O preço do dinheiro via ficar ainda mais caro no país em que o Estado já se arvora em usurário– o maior usurário do planeta.

As despesas públicas batem recorde. O inchaço da máquina estatal amarra o desenvolvimento como um torniquete. E nunca se pagaram tantos tributos no Brasil como agora.

A saúde e a educação continuam caóticas. A dengue segue se alastrando. Seu principal vetor ameaça agora os aglomerados urbanos do interior do País. Quem depende do SUS tem que se valer de mandados de segurança para conseguir tratamento.

Fossem Dilma e Lula adversários no campo politico, ela já estaria, neste momento, trombeteando que a irresponsabilidade fiscal do governo passado atuou como uma chaga sobre a administração. Chamaria o legado de “herança maldita”, tal como Lula fez com Fernando Henrique ao assumir a presidência.

Só o fez porque era uma das peças centrais do governo de Lula. E porque boa parte desse descontrole se deve à determinação do ex-presidente de fazê-la sua sucessora. O legado que Dilma administra, portanto, não lhe é estranho. Parte da maldição desse espólio foi engendrado por ela própria, que agora se vê obrigada a pagar a conta.

Vai custar caro. Até para ela. Quando a marketagem reapresentar Lula ao eleitorado no próximo pleito, ele será lembrado como o fanfarrão do discurso fácil, das parábolas corinthianas e dos tempos de abastança. Ela, como a tencocrata insensível que só fez ligar para os balanços da contabilidade.

Secretamente, enquanto delira à espera da volta ao Poder, Lula talvez goste disso tudo. Pode não ser bom para o Brasil nem para a atual presidente. Mas ruim, para ele, não é.

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