GABRIELA GUERREIRO
O senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) ficou sem o depoimento de suas duas testemunhas de defesa no processo a que responde no Conselho de Ética.
Além do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a segunda testemunha recusou ontem convite do conselho para depor.
Em ofício, o advogado Ruy Cruvinel disse que, “em consideração à sua família”, não aceitaria o convite para “optar por sua privacidade”.
A defesa de Demóstenes arrolou Cruvinel para tentar enfraquecer as investigações da Procuradoria-Geral da República. O advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro, citou diálogo de Cruvinel, publicado na imprensa, feito quando o advogado teria sido preso, que confirmaria a sociedade entre o senador e o empresário nos negócios de Cachoeira.
O advogado afirma que a reportagem contribuiu na decisão da procuradoria de investigar Demóstenes no STF (Surpemo Tribunal Federal).
Kakay disse que Cruvinel nunca foi preso e não sabe das ligações do senador com Cachoeira. “Esse senhor que eu chamei ia dizer que a matéria era falsa e o procurador-geral da República errou ao usar isso como informação no inquérito. Uma palavra falsa, [e] a Procuradoria toma como verdade”, disse o advogado.
Beba na fonte: Folha de S.Paulo – Poder – Testemunhas listadas por Demóstenes se negam a defendê-lo – 23/05/2012.
1 comment
A capa da revista Veja, onde ele aparece como mosqueteiro da ética, não poderia testemunhar a seu favor?
Lula sabia do mensalão. Também concordo. Há provas de que ele sabia? Não, não há provas no sentido jurídico do termo de que isso aconteceu, mas a suposição de que não soubesse contraria todas as regras do mais elementar bom senso.
É estranho que, quando um jornalista está envolvido, as regras do mais elementar bom senso mudam, de repente. Ou, quando não se consegue mudá-las, parte-se para a exigência de provas no sentido jurídico do termo.
Policarpo Jr. sabia que Demóstenes Torres pertencia à quadrilha de Carlinhos Cachoeira? Repita comigo, Pannunzio: “Lula não sabia de nada”.
Mais uma vez, para que não restem dúvidas: “Lula não sabia de nada.”