O governo ainda não sabe o que fazer para resolver um dos maiores problemas criados na desastrada noite desta quarta-feira: a nomeação do senador Artur Virgílio, hoje o mais contundente opositor do presidente Lula no Senado, para a relatoria da CPI das ONGs.
Virgílio foi nomeado por Heráclito Fortes, que aproveitou a brecha aberta pela saída do senador Inácio Arruda. Ele, que não poderia ser titular de duas comissões parlamentares de inquérito ao mesmo tempo, foi nomeado para a CPI da PETROBRAS e teve que ir para a suplência na das ONGs.
Artur Virgílio comemorou a bobeada do governo. “Eu estava passando por lá. Não tinha ninguém. O Heráclito me convidou e eu aceitei”, diz, em tom de galhofa. O relatório de Inácio Arruda já estava praticamente concluído. Mas o prazo das investigações acaba de ser prorrogado por mais seis meses.
Para o líder do PT no Senado, Aloízio Mercadante, “não tem cabimento o Artur Virgílio, que não participou da CPI, assumir a relatoria”. Segundo ele, os parlamentares aliados do Planalto vão tentar votar o relatório de Arruda, ainda que seja como peça paralela.
Outro líder governista diz que a ordem por enquanto, é negar quórum às sessões e “matar a oposição na unha”. “Vamos sufocar essa CPI, que vai morrer à míngua”, diz o parlamentar.