Apesar das garantias dadas ontem por representantes do Ministério da Saúde, em uma audiência pública na Câmara Federal, de que não vai faltar Tamiflu, o Serviço Médico da Casa ainda não conseguiu ter acesso ao medicamento.
O primeiro pedido foi feito há cerca de um mês em ofício dirigido pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), ao ministro da Saúde. Até hoje não houve resposta.
Duas semanas atrás o Serviço médico enviou outro ofício à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Também não houve resposta formal.
O ritmo de trabalho é frenético. O livro de registro de atendimentos mostra que, entre 12 e 31 de agosto, 1.142 pessoas procuraram a emergência com sintomas de gripe. Destas, 607 apresentavam sintomas clínicos compatíveis com a gripe suína e tinham infecção das vias aéreas.
A maior parte era composta por servidores da Casa (63%); 22% eram dependentes de servidores; 13%, visitantes; e apenas 1,8% eram deputados federais. Atualmente, os médicos da Câmara prescrevem entre 15 e 20 tratamentos com Tamiflu por semana.
De acordo com um dos médicos, não há explicação para a dificuldade em obter o remédio para distribuição na própria Câmara, uma vez que o Ministério da Saúde já anunciou a liberação das vendas em farmácias.
“Pensamos que na verdade o Ministério da Saúde pode estar sem estoque neste momento”, diz o médico. “Não faz nenhum sentido continuar engrossando as filas dos hospitais públicos e expondo pessoas saudáveis ao risco de contágio nos pontos de distribuição”, complementa a fonte.