O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu abrir negociação para a compra de 36 caças Rafale , da empresa francesa Dassault , antes de receber o relatório da Força Aérea Brasileira (FAB) sobre as propostas dos três concorrentes que disputam o negócio milionário. Segundo a Aeronáutica, a previsão é que o documento com o ranking das empresas que disputam o negócio seja entregue a Lula pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, só no fim deste mês. No parecer, técnicos da FAB apontarão vantagens e desvantagens de cada proposta e informarão ao presidente qual projeto seria melhor para os militares brasileiros.
– O relatório não foi entregue ao presidente. O processo de licitação ainda está em aberto – disse um oficial do comando da Aeronáutica.
Três empresas participam da licitação. Além da Dassault, estão na disputa o sueca Gripen e o caça americano F-18. Segunda-feira, após o desfile do Sete de Setembro, Lula se reuniu com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e anunciou a abertura de negociações com a Dassault para a compra dos aviões de combate. Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que esteve com Sarkozy no camarote de Lula durante o desfile, não deixou dúvidas sobre a escolha do governo brasileiro.
– Se a licitação acabou? Não sei. Não vou entrar em aspectos legais. Há uma decisão de iniciar negociação com um fornecedor, e não há a mesma decisão em relação aos demais.
Jobim: questão não está fechada
Em nota divulgada nesta terça-feira à noite, o ministro da Defesa ratificou o interesse pela oferta da Dassault, mas afirmou que o governo não fechou questão sobre o assunto. Segundo ele, o presidente da França prometeu oferecer “preços competitivos e razoáveis”. A oferta foi feita, segundo a nota, dia 6. Lula e Sarkozy jantaram nesse dia.
A nota de Jobim afirma, no entanto, que o processo de compra não foi encerrado. “Diante desse fato novo, o processo de seleção do Projeto FX-2, conduzido pelo Comando da Aeronáutica, ainda não encerrado, prosseguirá com negociações junto aos três participantes, onde serão aprofundadas e, eventualmente, redefinidas as propostas apresentadas”, sustenta Jobim.
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