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Norte-americanos não desistiram de vender caças ao Brasil

Enquanto o governo brasileiro busca o afinamento do discurso em relação à compra dos 36 caças modelo Rafale para reequipar a Força Aérea Brasileira, os concorrentes da francesa Dassault insistem em não jogar a toalha. O anúncio – precipitado, diga-se –  do presidente Lula sobre o negócio com os franceses foi desmentido pelo ministro Nelson Jobim, ontem. O passo para trás tinha um único motivo: não fechar as portas de negociação com a sueca Saab e a norte-americana Boeing, que também disputam o acordo e com aeronaves muito mais baratas. Mas ninguém acredita em uma reviravolta na compra dos Rafale, excetuando as duas concorrentes.

A Saab disse que não se pronunciaria até que a venda fosse fechada oficialmente. A Boeing, amparada pelo governo norte-americano, teve reação mais esperançosa. Publicou uma nota no portal da embaixada americana, em que reafirma a intenção de transmitir toda a tecnologia necessária para o acordo. A palavra necessária é ponto chave no discurso dos americanos, que pretendem vender ao Brasil o modelo F-18 Super Hornet. Fica evidente que a liberação do Congresso norte-americano contém, sim, algumas restrições, em que pese o fato de o F-18 ser 50% mais barato do que o caça francês.

Os franceses garantem a transmissão de toda a tecnologia referente ao Rafale – o que também não é nada demais, posto que o modelo será obsoleto em cerca de uma década. Ou seja, o Brasil comprará, na prática, uma tecnologia envelhecida.

A sueca Saab não emitiu qualquer posicionamento sobre o anúncio feito por Lula, mas o Gripen NG é o avião mais barato dos três oferecidos. Leva ainda a vantagem de ser um avião de projeto aberto, que seria desenvolvido em parceria com a Embraer. Teria a preferência da Aeronáutica, depois que o Sukhoi russo foi excluído do negócio porque não prever qualquer transferência tecnológica. No caso do Gripen, armamentos, por exemplo, poderiam ser adaptados às necessidades brasileiras. O Rafale e o F-18 aceitam somente armas próprias.

Mas o canto francês tem se mostrado mais sedutor do que o sueco ou o norte-americano. Embalado pelo casal Sarkozy-Bruni, mas com peso melódico em apenas uma nota: Lobby.

Confira na íntegra a nota da embaixada americana

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