O ministro Joaquim Barbosa acaba de confrontar o relator do caso Cesare Battisti, Cezar Peluso. Barbosa discorda do voto de Peluso. Ele não aceita a tese de que o STF pode derrubar um ato político-administrativo como a concessão de refúgio político.
Para Joaquim Barbosa, Cezar Peluso deveria ter ouvido o ministro Tarso Genro, da Justiça, que é a autoridade responsável pela concessão do refúgio a Battisti antes de determinar a extradição do ex-guerrilheiro para a Itália.
Agora há pouco, durante o intervalo da sessão de julgamento, dois parlamentares também bateram boca na porta do Supremo. O senador José Nery (PSOL-PA) concedia uma entrevista coletiva a um grupo de jornalistas quando a confusão aconteceu. Nery, indignado com o voto de Peluso, disse que Lula não deveria se submeter a essa decisão, caso ela venha a prevalecer.
“O Sr. está pregando a desobediência civil”, disse o deputado Jair Bolsonaro. “É uma vergonha um senador dizer isso pra defender um criminoso comum”, disse Bolsonaro.
“Vergonha é o Sr. defender esses fascitas”, reagiu Nery.
Para os jornalistas, que vinham tendo uma tarde modorrenta até então, a discussão deu um pouco de ânimo. E esquentou o material morno que estavam preparando para as próximas edições dos jornais de amanhã e telejornais desta noite.