Aroldo Pinto de Azeredo não é apenas um suplente de vereador. O baiano de Itiúba (BA) é também um brasileiro movido pela esperança.
E é assim que ele leva a terceira greve de fome realizada num curto espaço de tempo: na esperança de ver o projeto que prevê a criação de mais sete mil cargos de verador sendo votado.
A promessa de votação da chamada PEC dos Vereadores foi feita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, que afirmou que o projeto irá a plenário ainda hoje.
Só que em plena quarta-feira, há muito parlamentar já se preparando para o jogo da seleção brasileira, que enfrenta, em Salvador, o Chile, pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
Na tentativa de chamar a atenção, vereadores e suplentes chegaram a montar um paredão, no corredor que dá acesso ao salão verde, para aplaudir os parlamentares que passavam pela Casa.
A medida, ainda sem efeito, reflete o desespero de Aroldo. O resultado, no entanto, já faz parte de outro dilema. O suplente espera que a decisão seja favorável aos interesses dele. Mas caso contrário… bom, caso contrário, nada de Aroldo virar mártir na história dos suplentes que querem a também chamada PEC da Boquinha. O político não vai morrer em função da greve. “Só se eu fosse louco para manter a greve. O que a gente quer é só uma posição da Câmara”.
Aroldo e mais milhares de suplentes espalhados por todo o país querem que o projeto que prevê nosvos cargos seja aprovado. Eles também são a favor da aprovação da PEC 379, que estipula uma diminuição no percentual máximo de receitas para o financiamento do Legislativo, que cai de 5% para 4,5% nas cidades com mais de 500 mil habitantes.