Novos desenhos institucionais prevendo mais presença do Estado no petróleo e na mineração não são episódios isolados. O governo tem aumentado sua presença em outros setores, como eletricidade, fertilizantes, crédito bancário e transportes. Em alguns casos, a presença se dá na forma de um planejamento mais dirigido. Em outros, o Estado aparece mesmo como operador. No curto prazo, além da mineração, a intervenção será mais sentida nos setores elétrico e de transportes rodoviários. Para economistas, como Nathan Blanche, em entrevista ao repórter Leandro Modé, o aumento da intervenção estatal na economia é um retrocesso.
A agência reguladora da mineração vai estabelecer que as mineradoras iniciem sua produção dentro um período inferior a cinco anos. Hoje, não há prazo, o que abre espaço a que empresas e pessoas físicas obtenham alvarás de exploração de minas apenas para vendê-las.
O ministro deixou claro o desejo de impor novas regras sobre os alvarás já expedidos, que hoje estão em mãos de empresas, muitas delas estrangeiras, e pessoas físicas. “Vamos ampliar o controle. Vamos tentar regular o que já foi concedido. Do ponto de vista legal, não sei como vai ser. Estamos estudando.” As regras para concessão de novos alvarás ficarão mais rígidas. Pessoas físicas não poderão mais obtê-los.