Joaquim Barbosa tem um milhão de defeitos e uma qualidade.
Ele é grosseiro, estúpido e não suporta a crítica. Suas manifestações de hostilidade não poupam ninguém — jornalistas inclusive. Chegam ao limite da ira.
Mas há algo que o distingue: a honestidade de propósitos.
Você vai perguntar pra mim se alguém tem o direito de massacrar assim os próprios colegas. Como ele fez ontem, mais uma vez, com o Lewandovsky. E eu respondo que isso não é polido nem parece se adequar à estética e ao protocolo da corte suprema. Acho que ele poderia ser realmente mais polido no modo como aborda os assunto que o incomodam.
Mas estava na cara que Lewandovsky ontem atuava muito mais como advogado de defesa dos réus que pretendia liberar das punições que ele mesmo prescreveu. Aliás, apenas repetia o mesmo padrão que pautou todo seu comportamento durante o julgamento do Mensalão. Por isso hoje, quando a sessão for retomada, vai ser derrotado por todos os colegas de plenário.
Lewandovsky é polido e bem-educado. Joaquim Barbosa, tosco e atrevido com as palavras.
Mas a quem assiste a razão: A quem quer fazer valer a punição dos mensaleiros ou a quem trabalha arduamente desmoralizar a própria corte e deixar impunes os companheiros de outrora ?