O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, acaba de conceder uma entrevista coletiva sobre as buscas realizadas pela Marinha e Aeronáutica brasileiras na área onde se acidentou o Airbus da Air France. Segundo ele, o Brasil, que não terá responsabilidade sobre a investigação, agora trabalha pela localização de sobreviventes ou, como disse, “de restos” dos passageiros que estavam a bordo do voo 447.
Foi uma verdadeira “aula” proferida diante de cem jornalistas, espremidos nos corredores da Sala de Situação do Ministério da Defesa. O ministro, em alguns momentos, falou com a sutileza de um patologista. Disse que corpos que chegam com o abdomen dilacerado ao mar podem não boiar nunca mais. E os que têm o abdomen íntegro chegam à superfície entre dois e seis dias depois da morte.
Ele mostrou mapas em tempo real com a localização da esquadra e a disposição dos aviões que fazem a varredura da área. No mapa, as manchas com destroços aparecem separadas, nos casos mais extremos, por uma distância de 230 quilômetros.
Jobim também afirmou que não há qualquer elemento concreto que neste momento possa auxiliar na localização das caixas-pretas. “É uma região escarpada, com profundidades que variam de dois a três mil metros”, disse ele. O Brasil não disporia de tecnologia para varrer o fundo do mar.