Uma fonte que teve acesso à reunião do comando do DEM com o governador José Roberto Arruda, a quem a Polícia Federa lacusa de chefiar a quadrilha instalada no primeiro escalão GDF, assegurou que o governador foi explícito ao ameaçar revelar que o dinheiro sujo de Brasília irrigou hostes democratas em outros estados.
Isso explica a posição tíbia do partido, dividido entre a expulsão imediata e a manutenção da leniência.
Depois de passar o fim-de-semana entre surtos de ciclotimia, alternando estados entre a disposição de assassinar Durval Barbosa ou matar a si mesmo, Arruda encontrou energia suficiente para encantoar seu próprio partido e ganhar algumas horas para pensar numa saída que o livre da expulsão, da inelegibilidade ou, ainda que tudo dê errado na política, da prisão.
O DEM decidiu reunir a Executiva para anunciar o que vai fazer. Arruda até aceitaria rasgar a ficha de filiação, o que acabaria com a sua possibilidade de pleitear um mandato na próxima eleição — mas desde que Paulo Octávio, o vice, assumisse o governo do Distrito Federal.
“Não há nada contra o Paulo Octávio”, assegura a fonte, para quem a presença de seu braço direito, Marcelo Carvalho, entre os recebedores de propina flagrados não cria impedimentos para o atual vice-governador.