Extrato de contrato liberando R$ 27 milhões para a fundação dos maçons
Por trás das estranhas relações entre uma fundação desconhecida e os cofres generosos do GDF há uma teia de relações montada pela Maçonaria no Distrito Federal. A fundação em questão é a Gonçalvez Ledo, cujo presidente do Conselho Curador se chama Jefé Torres. Jefé também é o grão-mestre do Grande Oriente Brasília, o título de maior prestígio entre os maçons da Capital da República.
A Fundação Gonçalves Ledo era uma entidade modesta até o fim do primeiro trimestre deste ano. Tinha um orçamento de apenas R$ 11,5 mil reais anuais, o suficiente apenas para pagar o salário de um jardineiro ou contador. Sua história é controvertida. Teria sido utilizada como uma espécie de comitê de apoio a vários políticos locais — entre eles José roberto Arruda, Gim Argello e Tadeu Filipelli, todos eles maçons.
A partir de março, foi selecionada sem licitação pela Fundação de Amparo à Pesquisa, entidade vinculada ã Secretaria de Ciência e Tecnologia do DF, para executar o programa DF Digital. Foi agraciada com um orçamento de R$ 135 milhões, repassadas por intermédio de um montante anual de mais de R$ 27 milhões, dividido em 12 prestações mensais. A FGL cobra 10% dos valores repassados pelo GDF a título de taxa de administração.
A proximidade entre os principais atores dessa trama é pública e notória. Arruda e Filipelli pertencem a uma loja de Brasília chamada Areópago 3001. O governador condecorou o grão-mestre Jafé Torres em 17de agosto passado com a Medalha do Mérito Alvorada. Exatas duas semanas depois o ainda governador do DF recebeu em seu gabinete 70 maçons conduzidos por Jafé, que na oportunidade fez um discurso exotrando o governo e saudando Arruda pelo “execelente trabalho” que vinha fazendo na administração do Distrito Federal.
Razões para os elogios podem ser encontradas em várias edições do Diário Oficial — especialmente a do dia 1° de Abril, o dia da mentira. Ali se encontra um decreto assinado pelo secretário de Ciência e Tecnologia do DF liberando os R$ 27 milhões para a FGL tocar o DF Digital (veja ilustração no início deste post).