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O imbloglio das CPIs

Às duas e meia da tarde, quando o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) tentar abrir a sessão da CPI das ONGs, começa a semana política em Brasília. Não se sabe se o governo vai cumprir ou não a promessa de “matar na unha” essa comissão parlamentar de inquérito. É provável que sim. Os governistas não engolem a nomeação do líder dos tucanos , Artur Virgílio (PSDB-AM), para a relatoria, no lugar do governista Inácio Arruda (PC do B-CE).

O “golpe” da oposição nasceu de uma inexplicável bobeada dos governistas. Arruda foi indicado membro titular da CPI da PETROBRAS e, para tanto, teve que se tornar suplente da CPI das ONGs, perdendo a relatoria. Espertamente, Heráclito nomeou Artur Virgílio para o cargo, deixando os governistas perplexos.

Os partidos aliados do Planalto tentam agora reaver a relatoria. A CPI tem seis meses para provocar dores de cabeça ao governo. Nas mãos de um dos mais aguerridos adversários de Lula no Congresso, o relatório final pode se tornar explosivo. O que não falta são elementos complicadores — em especial a generosidade dos cofres federais para com entidades mantidas por petistas militantes e movimentos como o MST, já devidamente denunciada pelo TCU.

Do que vai acontecer na reunião de hoje depende a instalação de otra CPI — a da PETROBRAS. Está marcada para amanhã, mas ainda está na dependência de uma articulação para pacificar as relações entre os próprios parlamentares governistas. O líder do PMDB continua resistindo à nomeação de Romero Jucá (PMDB-RR), que tem o apoio de Aloizio Mercadante (PT-SP). É briga de cachorro grande. E nem a intervenção objetiva do presidente Lula, que vem ditando as regras, conseguiu solucionar.

Enquanto o governo sabota as CPIs, a oposição obstruiu as votações em plenário. E se diverte com as trapalhadas dos adversários, que hoje parecem mais com um bando de adolescentes briguentos do que com velhas e experimentadas raposas.

 

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