FILIPE COUTINHO
A saída de PSDB, PMDB e PPS do governo de José Roberto Arruda, após o estouro do mensalão do Distrito Federal, foi apenas um jogo de cena. Na prática, os partidos mantêm aliados nas secretarias que ocupavam antes da crise.
No PMDB, presidido pelo deputado federal Tadeu Filipelli, foi anunciada a saída de Luiz Carlos Pietschmann da presidência da Novacap (Companhia Urbanizadora do DF). Mas o partido continua com cargos estratégicos no órgão, como direção e secretaria-geral.
“O partido deu prazos nesta semana para que eles deixem os cargos. Ou eles ficam no governo ou ficam no partido”, disse Filipelli. Já a assessoria da Novacap informou que, para permanecerem nos cargos, os peemedebistas deverão deixar o partido.
No caso do PSDB, a principal perda, ao menos no discurso, foi a saída de Márcio Machado da Secretaria de Obras. Há 14 anos no partido, Machado era presidente do PSDB distrital, mas se licenciou do cargo por 90 dias, por conta da crise.
O PSDB, porém, segue com um aliado no comando da secretaria. Jaime Alarcão, secretário-adjunto de Machado, agora responde pela pasta. Ele se licenciou do partido para preservar o cargo. Procurado pela reportagem, não ligou de volta.
“Esse é um caso isolado, de alguém que preferiu ficar no governo, e não no partido”, disse o presidente interino do PSDB no DF, Gustavo Ribeiro.
O PPS também continua com aliados no primeiro escalão. Alírio Neto deixou a Secretaria de Justiça a pedido do partido e retornou à Câmara Legislativa. Em seu lugar, assumiu Flávio Lemos, mais um secretário-adjunto, que se licenciou do PPS.
O partido deu o prazo até o fim desta semana para que os filiados deixem os cargos comissionados do governo.
Dos 12 novos secretários de Arruda, metade é formada por antigos secretários-adjuntos.
Apesar de não poder concorrer em 2010, já que, ao deixar o DEM, ficou sem partido a menos de um ano da eleição, Arruda quer que os novos secretários colaborem com os seus aliados políticos.
Segundo um dos secretários, o governador disse que “engana-se quem acha que eu [Arruda] não vou interferir na eleição do ano que vem”.
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