Ao contrário do que afirmou ao desembarcar na Ilha Grande, o governador Sérgio Cabral gosta, sim, de “fazer política” quando há desastres meteorológicos em seu estado. Ao contrário do que aconteceu desta vez, quando o governador demorou mais de 30 horas para aparecer na área da catástrofe, ele sempre se faz presente imediatamente — quer sobrevoando as áreas afetadas, quer em entrevistas dando conta de providência para socorrer e abrigar as vítimas.
Foi assim em 11 de fevereiro de 88, quando o governador sobrevoou a região de Petrópolis e Itaipava, atingidas por chuvas violentas. O mesmo ocorreu em 20 de dezembro de 2008, quando o município de Campos e o Noroeste fluminense forma inundados por tempestades torrecneicias.
O último sobrevôo do governador a uma área atingida por temporais aconteceu em 12 de novembro passado — menos de dois meses atrás. Daquela vez, Cabral vistoriou a situação em que se encontravam Belford roxo e Duque de Caxias. Logo depois, anunciou providências e uma ajuda do governo federal para socorrer os municípios atingidos.
A justificativa apresentada para seu sumiço durante o reveillon, portanto, não encontra amparo em sua rotina em eventos do gênero.
Cabral, portanto, vai ter que inventar outra desculpa para dar verossimilhança às justificativas sobre seu desaparecimento.