O paredão de Arruda, quando o mérito do Habbeas Corpus impetrado por seus advogados será julgado pelo plenário do STF, só deve acontecer em uma semana. Até o governador deve permanecer na cela especial improvisada da Polícia Federal. Haverá, portanto, muito tempo para ele refletir sobre a conveniência de renunciar ao mandato para tentar se safar de uma extensão de longos três meses do BBB da propina.
Ao contrário do que se esperava até ontem, o ministro Marco Aurélio de Mello só deve apresentar seu voto depois de receber e analisar o parecer do Procurador-Geral da República Roberto Gurgel. O prazo para a apresentação do parecer é de cinco dias úteis a partir do indeferimento da liminar. Termina, portanto, só na próxima segunda-feira.
Enquanto isso, Arruda começa a dar sinais de inquietação com os movimentos dos ex-aliados na Câmara Distrital. Neste momento, o mandato do ainda governador representaria o anel que os distritais estariam dispostos a dar para salvar os próprios dedos — ou mandatos.
Seja qual for o resultado das reflexões de José Roberto Arruda ou das pressões que ele passou a receber dos aliados em fuga, o resultado, a esta altura, não pode ser outro: Arruda vai deixar o governo do Distrito Federal muito antes do que pretendia — por força de sua “vontade”, renunciando, ou por força da determinação de sua antiga base, sendo impedido de permanecer.