Em meio a conflitos, Fed ensaia novo rumo
O pior da crise bancária americana pode ter passado há tempos, mas a batalha política sobre o Federal Reserve, o banco central do país, entrou numa fase crucial, em que seu caráter e papel certamente serão redefinidos.
O Fed tentou se esquivar das tentativas abertas no Congresso para tirar sua autoridade de regulador dos bancos, mas uma batalha menos visível tem ocorrido dentro da própria instituição. O Fed reorganizou radicalmente seu exército de 3.000 supervisores bancários, centralizando mais poder em Washington e às vezes colocando os diretores de seus 12 bancos regionais contra as autoridades na capital. (págs. 1 e C10)
CVM processa três sócios da InvestTur
Os sócios fundadores da antiga Invest Tur, atual Brazil Hospitality Group (BHG), foram acusados pela Comissão de Valores Mobiliários de ter agido em conflito de interesses com a empresa. A CVM abriu processo administrativo contra Carlos Manuel Guimarães, José Romeu Ferraz Neto e Márcia Moraes por conta de uma conversão de debêntures detidas por eles, realizada na época da combinação com a LA Hotels, na operação que deu o controle do negócio à GP Investimentos, no começo de 2009. A conversão das debêntures em ações, que poderia ser feita em 15 anos e só valeria a pena quando a cotação na bolsa ultrapassasse R$ 1 mil, foi antecipada. (págs. 1 e D1)
Juízes são aposentados, por corrupção
Em cinco anos de existência, o Conselho Nacional de Justiça, instância administrativa máxima do Judiciário, já condenou 16 magistrados e afastou oito preventivamente – a maioria por corrupção. Treze deles receberam a pena máxima: aposentadoria compulsória, mas com vencimentos mensais que chegam a R$ 24 mil. As condenações reacenderam o debate sobre punições a juízes.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) defende pena maior e quer impedir os condenados de advogar. “Se a pessoa foi afastada da magistratura, também não tem condições morais e éticas para atuar na advocacia”, diz Ophir Cavalcante, presidente da OAB, que espera do Senado a aprovação de emenda constitucional que acaba com a aposentadoria e determina a demissão como pena máxima. Projeto semelhante tramita na Câmara. (págs. 1 e E1)
Fundações tiram gestão do Banif
Depois de meses de queda de braço com os fundos de pensão, o Banif perdeu a gestão de R$ 1 bilhão alocado em dois fundos de participação. Os recursos estão sendo transferidos para outras instituições. Com isso, pelo menos temporariamente, a área de “private equity” do Banif desaparece.
No centro da discussão entre as fundações e o Banif está a figura do gestor dos fundos. Até meados de 2009, Marcos Rechtman era responsável pelas decisões de investimento dos dois fundos. Porém, o executivo foi afastado da área, o que deu início ao debate sobre quem seria o novo responsável pela alocação do R$ 1 bilhão que fundos de pensão como Petros, Funcef, Valia e Previ tinham aportado. Como as indicações do Banif não foram bem recebidas pelos fundos, eles optaram por transferir a gestão para outras instituições. Procurados para explicar o motivo da saída do gestor, nem o Banif nem Rechtman quiseram se manifestar sobre o assunto. (págs. 1 e C1)
Operação em Congonhas
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) fez ontem a redistribuição de horários de pouso e decolagens (“slots”) do Aeroporto de Congonhas. Do total de 355 horários, 202 foram sorteados para Gol, TAM, Ocean Air, NHT, Webjet e Azul. (págs. 1 e B1)
Operadoras virtuais
Até 22 março, a Anatel receberá sugestões para a regulamentação das operadoras móveis virtuais (MVNO, na sigla em inglês). Entre os potenciais interessados no negócio estão as grandes redes de varejo. (págs. 1 e B3)
Embarques de café recuam
Sob efeito do ciclo de bianualidade do café, as exportações brasileiras caíram no mês passado ao menor nível desde agosto de 2008. A tendência deve se manter até a entrada da próxima safra, a partir de junho. (págs. 1 e B15)
Consumidor retraído
O número de consumidores que buscou crédito em fevereiro recuou 7% em relação a janeiro. Foi o segundo mês consecutivo de queda. No bimestre, frente à base deprimida de 2009, a alta é de 16,1%. (págs. 1 e C5)
Ideias
Delfim Netto: não há evidência empírica de que os CDS e outros derivativos da moda impulsionem a economia. (págs. 1 e A2)
Ideias
Yoshiaki Nakano: melhorar gestão do câmbio evitará desastres. (págs. 1 e A13)