Tiago Pariz
Em pleno ano eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a tiracolo, intensificou a agenda de inaugurações de obras e lançamentos de pedras fundamentais. Em paralelo, quase triplicaram os gastos com diárias de funcionários de órgãos envolvidos na preparação do bem-estar dos dois petistas em suas visitas fora de Brasília.
Os gastos de civis e militares contabilizados pela Presidência da República somaram, em janeiro e fevereiro deste ano, R$ 1,24 milhão, contra R$ 565 mil no mesmo período de 2009. Um crescimento de 120%. Esses números incluem dados da Secretaria de Administração, Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Cerimonial e Gabinete Pessoal do presidente. Foram excluídas despesas com o centro gestor do Sistema de Proteção da Amazônia, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social e a Secretaria Nacional da Juventude. Diárias no exterior também não foram incluídas. Os dados foram levantados pelo Correio no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).
Aliado a esses números, o presidente Lula participou de 18 eventos de inauguração e lançamento de obra fundamental. No mesmo período do ano passado, foram nove inaugurações e nenhuma pedra fundamental. Todas as visitas de Lula a hospitais, centros tecnológicos, fábricas, sindicatos e obras do Programa de Aceleração do Crescimento (a grande maioria com a ministra Dilma ao lado) mobilizam uma verdadeira trupe de servidores: seguranças pessoais, assessores, funcionários civis e militares. Nos dias que antecedem os eventos, o GSI realiza varreduras nos locais em que o circo presidencial será instalado para saber se há algum risco às autoridades.
O valor das diárias, no entanto, não reflete com exatidão o custo das viagens e inaugurações de Lula e Dilma. Dentro da Secretaria de Administração, por exemplo, há gastos de outros órgãos ligados à Presidência da República, como a Secretaria-Geral ou a Secretaria de Comunicação Social, que podem fazer o acompanhamento dessas visitas, mas também usam as despesas com diárias para realizar serviços próprios. A Casa Civil descartou relação eleitoral com o aumento de viagens de Lula e Dilma e disse que o aumento deve-se ao reajuste concedido pelo presidente em julho passado.
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