José Roberto Arruda tem dedicado seus dias a encontrar uma doença que lhe permita sair da cadeia e ir para casa. Hoje, uma angiografia constatou que ele tem uma das artérias do coração com uma obstrução de 50%. Tem também uma pequena insuficiência no ritmo dos batimento cardíacos. Esta é a tradução do boletim médico divulgado agora há pouco pela equipe que o atende no Hospital das Forças Armadas, em Brasília.
Para um jornalita leigo nas ciências médicas, o boletim é inmcompreensível. Diz que a angiografia detectou uma “lesão aterosclerótica obstrutiva no terço proximal da artéria descendente anterior . A ventriculografia mostrou hipocinesia antero-lateral médio-apical de grau discreto.
Conversei com um dos médicos que auxiliaram os exames. Ele me assegurou que os problemas identificados no govenador deposto do DF são tratados com facilidade em ambulatório, com remédios. O que foi encontrado até agora é um quadro compatível com o coração de um diabético saudável e sequer recomenda a internação do paciente.
No entanto, o que Arruda busca não é a cura para uma doença. É uma doença que lhe permita deixar o cárcere da PF.
Por isso, na opinião do médico que conversou com o Blog, não está afastada a possibilidade de que receba um stent, uma espécie de mola cuja implantação no ponto de estreitamento da artéria tem por finalidade evitar a obstrução do fluxo sanguíneo.
Na opinião do especialista, o procedimento seria inadequado, contra-indicado e ainda exporia o governador defenestrado a algum risco.
Segundo ele, opta-se pela colocação de um stent quando o paciente apresenta um quadro grave de obstrução arterial, o que efetivamente não é o caso de Arruda.
A aparente vantagem que o ex-governador obteria seria reforçar os argumentos de seus advogados para que estes tentem comover algum juiz bonzinho.
A verdadeira doença de Arruda, a falta de compostura, só se cura que o tratamento que a Justiça vem ministrando a ele. A continuar o procedimento, é imperativo que o ex-governador volte para o seu endereço anterior – o cafofo da PF.
