Do blog Webmanario
O State of the Media, relatório do Project For Excellence In Journalism que anualmente disseca a atividade jornalística em todos os suportes nos Estados Unidos, veio este ano com algumas informações surpreendentes _ou nem tanto, mas que confirmam suposições empíricas com as quais íamos tocando nossa atividade.
Uma delas é o triunfo da análise/opinião: nos EUA, a noção de que o jornalismo está naufragando é uma falácia. Os gêneros meramente informativos, esses sim, estão ocupando menos espaço onde quer que seja, mas comentários e sua repercussão estão mais em alta do que nunca.
É a receita submetida aos jornais impressos mesmo em países emergentes, assombrados com o encolhimento do negócio no hemisfério norte _região do globo em que há muito menos gente recém-ingressada na sociedade de consumo, e logo, com um mercado bem mais restrito para expansão.
Por aqui (como na Índia, por exemplo), percebeu-se antes _muito em função da derrocada do negócio impresso em áreas mais desenvolvidas_ que era melhor desenvolver estratégias de contextualização e opinião. Não por acaso colunistas são frequentemente os abres de página dos periódicos brasileiros.
Outra conclusão do documento: o futuro da nova e da velha mídia estão mais entrelaçados do que muitos costumam pensar. Isso me remete à frase “o jornal vai dormir internet; a internet acorda jornal” com a qual defini, em 2006, a interdependência e complementariedade entre essas duas mídias.
Mais: em relevância, números absolutos e qualquer tipo de recorte, é ao mainstream que o público ainda recorre em sua maioria. Finalmente: a tecnologia tem o poder de mudar o foco da notícia mediante sua capacidade de ditar os ângulos da cobertura de um acontecimento. Enfim, muita coisa pra gente refletir.