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Após denúncia do Correio, governo do Pará suspende acerto milionário com instituto paulista

Denise Rothenburg

O governo do Pará mandou sustar o contrato de R$ 106,7 milhões entre o Departamento de Trânsito (Detran) do estado e o Conselho Nacional de Defesa Ambiental (CNDA), uma organização social de interesse público (Oscip) de São Paulo. O CNDA foi contratado sem licitação para ações ambientais a fim de fiscalizar a emissão de gases veiculares no estado. A denúncia foi publicada com exclusividade pelo Correio na última terça-feira.

Na véspera da publicação, a resposta oficial do gabinete da governadora tinha sido que caberia ao Detran se pronunciar sobre o caso. Ontem, porém, em nota oficial, a governadora Ana Júlia Carepa (PT) afirmou que “tão logo tomou conhecimento do teor da reportagem, determinou rigorosa apuração dos fatos e a anulação do convênio visando resguardar os princípios da boa administração pública”. No texto, o governo afirma seu “profundo respeito e rigoroso cumprimento de todas as normas legais referentes à administração pública, bem como agradece o papel fiscalizador exercido pelos meios de comunicação ao evitar que a eventual irregularidade fosse motivo de lesão aos cofres públicos”.

A determinação da governadora vem em tempo de evitar que o seu governo acabe respingado por um processo que corre dentro do Ministério Público (MP) de São Paulo. Há suspeitas de que o coordenador do Comitê de Novos Projetos do CNDA, Sérgio Carneiro Gatto, é o mesmo citado em uma investigação do MP paulista sobre crimes contra o sistema financeiro, evasão de divisas e a constituição irregular de empresas.

Na página 27 do relatório está escrito que “Sérgio Carneiro Gatto possui antecedentes por crimes de apropriação indébita, receptação e falsificação de documento público”. Na página anterior, quando os promotores mencionam uma empresa de nome Talgary Investment Services, Gatto aparece como receptador de documentos de Daniel Rojos Filho, citado como “brasileiro domiciliado nos Estados Unidos que forneceria seus documentos e cheques frios para que Sérgio Carneiro Gatto, com Paulo Sérgio Romero, aplicasse golpes no Brasil”.

Clique aqui para ler a íntegra no site do Correio

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