Adriana Bernardes
Débora Alves
“Se preparem, o rolo compressor nem começou. Quem tiver culpa e quiser dizer alguma coisa…”. Essa foi uma das declarações dadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Codeplan, que começou às 10h35 desta terça-feira (30/3) e durou cerca de 40 minutos. Apesar das afirmações, o depoente não abdicou do direito de permanecer calado diante das perguntas dos parlamentares.
Autor das denúncias que desencadearam a Operação Caixa de Pandora, Durval se manteve firme no direito de não responder a perguntas, mesmo com uma solicitação de Batista das Cooperativas (PRP), um dos integrantes da CPI, para que abrisse mão do habeas corpus concedido na segunda-feira pelo desembargador Mário Machado. “Já prestei mais de 40 depoimentos a entidades em que realmente confio. A sociedade está ansiosa para ouvir o Arruda, o P.O., os assessores e deputados envolvidos. Não gostaria de entrar em contenda. Estou sob compromisso, não aqui, mas lá fora. E não sou homem de quebrar compromissos. Tive coragem de me autoincriminar porque não aguentava mais os achaques do Arruda, do Paulo Octávio e de quem mais tinha alguma coisa a ver. Não vou abdicar a esse direito.”
Esta é a segunda vez que a CPI tenta ouvir o ex-secretário. Um depoimento marcado para 26 de janeiro foi adiado a pedido de Durval. A esse respeito, o ex-secretário destacou que não compareceu porque a Casa estava sem presidente, assim como as comissões.
Reguffe (PDT) e Paulo Tadeu (PT), também integrantes da CPI, destacaram que Durval tem prestado um grande papel à sociedade com as denúncias que fez. A esse respeito, o acusado respondeu: “Nunca vou me orgulhar disso. Hoje sou um preso mais preso do que quem está encarcerado”. Atendendo à solicitação de Tadeu, Barbosa ratificou todos os depoimentos já prestados à Polícia Federal, à Justiça Federal e ao Ministério Público local.
Batista das Cooperativas respondeu aos elogios dirigidos pelos colegas ao depoente. O parlamentar afirmou não achar Durval um herói e que ele não deveria ser tratado como tal. “Eu repudio a presença do senhor aqui calado e, se tivesse poder, eu não cumpriria a decisão judicial (concessão dada a Durval para permanecer calado)”, afirmou o distrital.
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