O Globo
A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira que, caso seja eleita nas eleições de outubro, vai consultar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tomar decisões no governo. Em entrevista à rádio Jovem Pan, a ex-ministra da Casa Civil disse ainda que a relação com Lula vai além da política e, por conta da amizade, vai sempre escutar a opinião do presidente.
– Eu tenho por ele um sentimento muito forte de amizade e respeito. Então, vou ter no presidente Lula sempre uma pessoa que vou consultar, que vou escutar a opinião. Acho o presidente Lula hoje, politicamente, um dos líderes mais lúcidos não só do Brasil, como do mundo – disse a pré-candidata.
Dilma afirmou que não será a única a consultar Lula:
– Acredito que hoje vários presidentes o consultam. E, de outro lado, acredito que sempre vou conversar com o presidente porque nós compartilhamos do mesmo projeto. Obviamente, o meu estilo pode ser diferente do dele no pessoal, mas aí é detalhe.
Ainda na rádio, a ministra reforçou as críticas que já tinha feito ao seu adversário, o tucano José Serra, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” publicada nesta segunda-feira. “O Serra que me desculpe, mas ele não foi só ministro da Saúde. Foi ministro do Planejamento. Planejou o quê, hein? Ali, se gestou sabe o quê? O apagão. O apagão que eu falo é o racionamento. Porque o pessoal usa um pelo outro. Racionamento é ficar oito meses sem energia”, disse a ministra ao “Estadão”.
Na rádio, perguntada sobre a declaração que dera ao jornal, a ministra disse que o governo Fernando Henrique – do qual Serra participou , no primeiro mandato como ministro do Planejamento (1995/1996), e no segundo, como ministro da Saúde (1998-2002 ) – não se planejou para evitar o racionamento de energia em 2001.
– (O racionamento) Não acontece de um dia para o outro. Ele acontece porque você não planeja. O que eu disse foi o seguinte: o planejamento falhou. Houve uma falha intrínseca do planejamento. Os responsáveis estão em todos os ministérios que tinham ligação com a área, tanto o Ministério do Planejamento quanto o de Minas e Energia. – disse ela.
– Achava-se que planejar era algo ultrapassado, velho, que não se fazia. Esqueceram, inclusive, que as grandes empresas de energia do mundo inteiro, as privadas, planejam. E planejam no horizonte de 20, dez, cinco anos.
Clique aqui para ler a íntegra no site do O Globo