O PSOL está reunido neste momento para discutir o que fazer em face da crise que envolve o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Uma parte da bancada na Câmara acha que o partido deve representar contra Sarney no Conselho de Ética do Senado, o que poderia culminar com a cassação de seu mandato. O senador José Nery, até a manhã de hoje, entendia que a melhor saída seria a instalação de uma CPI para investigar os atos secretos e as nomeações de parentes dos Sarney.
O presidente do Senado está abatido. Cumprimenta até os colegas de partido com a cabeça baixa. Alguns amigos continuam sugerindo, sem ser explícitos, que ele deveria pedir uma licença médica, saída que José Sarney não admite (pelo menos por enquanto).
Sob sua administração, a crise, que só fez se agravar, já caminha para o quinto mês. No início, nenhum parlamentar falava em afastamento ou impeachment. Hoje, pelo menos os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Pedro Simon (PMDB-RS) falam abertamente em renúncia.
É um prenúncio de que a era Sarney está prestes a encontrar um final melancólico, apesar da ajuda desmedida que emana do Planalto.