Caso Sarney decida se afastar, a primeira consequência no plano formal é dar posse ao primeiro vice Marconi Perillo (PSDB-GO) na presidência do Senado. Mas o reinado de Perillo será curto. Em dois meses, ele deve convocar nova eleição. Até agora, o senador goiano não cogita disputar o cargo. Mas isso é só até o momento.
No plano político, cria-se novamente o ambiente que antecedeu a vitória de Sarney. PMDB e PT, mais divididos do que nunca, podem rachar definitivamente, comprometendo inclusive os planos de Lula de manter os partidos aliados na plataforma partidária de Dilma Roussef.
O próprio PMDB no Senado está dividido entre o comando de Renan Calheiros (AL), o líder da bancada, e Romero Jucá (RR), líder do governo. Os dois são inimigos viscerais. Renan sabotou de todas as formas a pretensão de Jucá de relatar a CPI da PETROBRAS. Jucá não fala bem de Renan. A crise entre ambos, apimentada pelos desentendimentos públicos entre Renan e o líder do PT Aloizio Mercadante (SP), já foi objeto de pelo menos duas conversas “conciliadoras” mediadas pelo presidente Lula.