Fabiano Maisonnave
Acusado de ser o chefe de uma quadrilha de contrabando, o chinês naturalizado brasileiro Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li, viajou a Pequim como “assessor especial” do secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, em fevereiro do ano passado.
Tuma Jr. esteve em Pequim a convite do governo chinês, publicou ontem o jornal “O Estado de S. Paulo”. Acompanhado de Li, participou de reuniões para acordo de cooperação de combate ao crime organizado, que acabou não sendo fechado.
O acordo faria parte da agenda da visita de Luiz Inácio Lula da Silva, em maio de 2009, e incluiria o treinamento de chineses no Brasil para combater crimes financeiras, proposta feita por Tuma Jr. em Pequim.
Segundo a Folha apurou, Paulo Li se apresentou em Pequim como assessor de Tuma Jr. e do Ministério da Justiça.
Na viagem, até distribuiu um cartão de apresentação bilingue com o cargo que nunca ocupou e erros crassos –o endereço do escritório aparece na rua “ocnselheiro furdado”.
Não era a primeira vez que Li, preso pela Polícia Federal sete meses depois da viagem, usava a amizade de 30 anos com Tuma para se projetar como elo da comunidade chinesa com o governo brasileiro.
Li conseguiu até uma foto ao lado de Lula. Numa imagem publicada dentro de uma seção do site do jornal do Partido Comunista “O Diário do Povo” em julho do ano passado, ele aparece entregando o que seria uma estátua ao presidente brasileiro. Era um presente da Associação Brasil-Qingtian, chinesa com tradição emigratória.
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