Leila Suwwan
A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, defendeu, em entrevista à Rádio Tupi AM de São Paulo na manhã desta quarta-feira, a desoneração dos remédios e a implantação de clínicas de médicos especialistas para completar a cadeia de atendimento do SUS. A garantia de acesso a medicamentos e a criação dos ambulatórios médicos de especialidades (AME) são bandeiras de seu adversário José Serra (PSDB).
– Há uma grande reclamação que vejo: o atendimento especializado, o tempo de demora para consultar os especialistas. Vejo algo que deu certo nos estados, as policlínicas. Na hora da emergência, vai para a UPA e, depois, se for necessário marcar uma consulta, vai para a policlínica. Montar essa cadeia é meu objetivo – disse Dilma, que avalia que o SUS tem méritos, mas também “lacunas e falhas”.
Sobre os remédios, afirmou que a desoneração é uma política social.
– Uma coisa com muito imposto é o remédio. É uma questão de justiça social reduzir os tributos dos remédios e se assegurar que há redução no preços. É tirar o imposto e garantir que reduza o preço do remédio – disse a petista.
Na área de educação, ao reiterar sua meta de implantar escolas técnicas profissionalizantes em todo o país, Dilma criticou indiretamente José Serra. A pré-candidata comentou reportagem publicada nesta quarta no jornal “Folha de S.Paulo” que noticiou a “falta de professores na área de exatas”.
– Li com preocupação uma notícia que aqui, em São Paulo, há imensa dificuldade com professores de exatas. A matemática e a física são cruciais para, no futuro, ter mão de obra formada e também ter pesquisadores, engenheiros, técnicos e também cientistas – disse Dilma, que defendeu nos últimos meses o aumento de gastos públicos com custeio no setor de educação.
Sobre os aposentados, Dilma afirmou que o presidente Lula irá considerar dois aspectos em sua decisão de vetar ou manter o reajuste aprovado pelo Congresso, de 7,7%:
– É preciso ver se há recurso suficiente para chegar a 7,7%. O presidente vai olhar com equilíbrio duas questões: o compromisso que temos com o social e ver se tem recursos. Eu, se tivesse nessa condição, teria de olhar a mesma coisa. Quem tá no cargo de presidente tem responsabilidade.
Mais tarde, em entrevista à Rádio Tupi AM de São Paulo, a petista aproveitou para falar com o público feminino, grupo em que Serra ainda lidera nas intenções de votos. Após responder a perguntas de ouvintes, a petista ressaltou que a “mulher pode e deve fazer política”.
– A mulher é capaz de cuidar. Eu acho que sou capaz de cuidar do Brasil – afirmou
– A mulher pode e deve fazer política porque quando ela faz, está em casa. Talvez sejamos as únicas que podem falar em nome de todos. Porque se 52% (da população) somos nós, 48% são os nossos filhos – completou.
Da mesma forma que fez em entrevista à rádio Tupi AM mais cedo, a pré-candidata voltou a defender, desta vez à Rádio Record AM, a desoneração de remédios e a criação de “policlínicas” para suprir a demanda por consultas a médicos especialistas – o setor da Saúde não tem sido um foco de sua pré-campanha nos últimos meses.
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